O “Fórum das Associações” e a “Casa do Povo” de Renens oferecem aos habitantes de todas as nacionalidades e filiações um espaço de debate cujo objetivo está bem definido: interrogar a relação entre os modos de realização da mobilidade (automóvel, transportes coletivos, bicicleta, etc.), o ordenamento dos espaços públicos e a qualidade de vida das pessoas.
Renens é uma pequena cidade de 22.000 habitantes, localizada na conurbação de Lausanne. Mais de 50% dos habitantes são de origem estrangeira: 150 nacionalidades ali convivem pacificamente. Renens é também o lar de cerca de 13% dos residentes de nacionalidade portuguesa. Cidade em transição social, económica e ambiental, Renens atrai diariamente um importante fluxo de pessoas em trânsito entre Lausanne, centro principal da aglomeração urbana, e os municípios periurbanos. Cerca de 25.000 automóveis passam pela cidade diariamente. A pequena estação inaugurada em meados do século XIX (1855) é hoje um importante centro ferroviário, acolhendo, todos os dias, a passagem de cerca de 300 comboios. Atravessada por um tráfego intenso, a cidade está assim empenhada numa transição da “mobilidade” procurando: controlar as tensões ligadas a uma circulação automóvel poluente; tornar as circulações mais fluidas e agradáveis para todos; facilitar o acesso à estação do caminho de ferro pelos transportes coletivos; requalificar também os espaços públicos em benefício dos habitantes.
Esta metamorfose, esta transição para uma cidade desejada, deverá operar através de várias ações complementares: a regulação do tráfego automóvel de forma a controlar o congestionamento e as emissões de gases com efeito de estufa; uma reapropriação do espaço público (aumentar zonas pedonais, espaços verdes, ciclovias, etc.) para reaproximar os residentes do seu ambiente imediato; reforçar um planeamento urbano mais inclusivo, incentivando as interações entre moradores, o convívio e a redescoberta de espaços comuns requalificados. No entanto esta transição nem sempre é “pacifica”: de que maneira assegurar um equilíbrio entre as pessoas e a utilização dos espaços coletivos que permita o acesso a uma qualidade de vida superior para todos? Mais especificamente: como aliviar a pressão da mobilidade motorizada? Como promover, simultaneamente, a segurança dos peões e a rede viária dedicada às bicicletas? Que ferramentas podem ser utilizadas para melhorar a acessibilidade das pessoas com mobilidade reduzida? Como desenvolver espaços mais propícios a encontros? E os lojistas? O que dizem? E as associações? Que papel podem elas desempenhar na transição para uma mobilidade sustentável para a natureza, para a cidade e para os seus habitantes? As associações de Renens, incluindo duas associações portuguesas com sede em Renens, oferecem um espaço de debate e troca de ideias, mas também de projetos e ação coletiva. O debate terá lugar no dia 12 de novembro na “Maison du Peuple de Renens”.