Nascida em um país com belas paisagens tropicais, como o Brasil, perdi o fôlego ao chegar em Vevey, uma pitoresca cidade à beira do Lago Léman nos Alpes Suíços.
Foi uma sensação que guardarei para sempre nas minhas memórias afetivas, ao caminhar no final da tarde pelo lago cercado pelos Alpes Suíços, envolvida pelo ar gélido do início de dezembro. Estava mesmo frio, e após uma hora de caminhada, busquei refúgio em uma das barracas do mercado de Natal que aqueceu o corpo com um saboroso waffle à beira do fogo. E garanto, o coração também.
Os cisnes, a paisagem acinzentada, o ar bucólico e a sensação de deslumbramento em fazer parte de um cenário que só assisti em filmes, deixou-me completamente rendida ao charme intemporal daquele lugar que um dos comediantes e atores mais famosos do século XX escolheu para passar os últimos anos de sua vida: Charles Chaplin. Uma das atrações é a estátua em sua homenagem e claro, foi inevitável não dar os braços ao ícone do cinema-mudo, mesmo que em bronze.
Vevey atraiu muitos outros artistas e intelectuais ao longo dos séculos, consolidando-se como um destino literário por excelência. E ao saber que inspirou diversos escritores, como o meu preferido Ernest Hemingway que faz parte da minha mesa de cabeceira, contribui ainda mais para o meu encantamento e classificação, naquele momento, como o meu destino de excelência na Suíça. Só que a viagem estava apenas a começar e nos próximos cinco dias, acho que perdi o fôlego imensas vezes.
Não posso deixar de citar o Museu da Alimentação (Museum Alimentarium), um lugar muito especial dedicado exclusivamente à nutrição, fundado pela Nestlé, que muito me emocionou ao lembrar da minha infância e dos meus lanches com banana e farinha láctea. O fundador da Nestlé, o farmacêutico alemão Henri Nestlé, lançou a sua “farine lactée” (farinha láctea) em Vevey. Este alimento criado especificamente para bebés que não podiam ser amamentados, reduziu altas taxas de mortalidade na época. Fiquei emocionada e jamais imaginei que estaria em um lugar com personalidades que fazem parte da minha história.
Indescritíveis as sensações que levei na lembrança deste lugar.
Guardei em meu relicário
Merci beaucoup,Vevey.
Até breve.
Adriana Mayrinck