› Maria dos Santos
Paula Silva é um rosto conhecido da comunidade portuguesa na Suíça. Nascida em Ermesinde, perto da cidade invicta, a Paula veio para a Suíça no ano 2003. Fixou residência em Luzern, depois em Zurique. Desde muito nova, o gosto pela cozinha despertou nela uma enorme curiosidade e hoje toca o paladar de todos os que consomem os seus produtos incluindo a gastronomia.
Paula é uma mulher empreendedora, que, na companhia do seu marido e filhos, gere três
pastelarias. Uma em Wettingen, outra em Regensdorf e a última que abriu no passado dia 18 de fevereiro em Dietikon. Mulher de sorriso aberto, muito simpática e com um coração generoso, ela sabe o valor que tem na família e, por isso, considera-se uma mãe e mulher que muito tem contribuído para o sucesso profissional e pessoal do seu núcleo familiar.
A Paula é apreciadora de um bom prato de Feijoada, a sua cor preferida é o amarelo e gosta de ouvir música portuguesa. Conhecer a Paula foi descobrir um ser humano gigante. A sua humanidade conquistou-me.
Paula, em que circunstâncias planeou a vinda para a Confederação Helvética?
Para acompanhar o marido na vinda para a Suíça.
Como foi organizar a sua vida num país tão diferente de Portugal e com uma língua tão difícil, o alemão?
Muito difícil, mas gratificante.
Hoje, passados tantos anos, considera-se integrada ou ainda continua no registo, sou
portuguesa a cem por cento num território que escolhi para viver?
Continuo no registo que sou portuguesa a 100% e no país que me acolheu a viver.
Paula, como surgiu a ideia de abrir uma pastelaria, de conquistar a comunidade portuguesa e não só?
Eu nasci para o negócio desde pequena e, na altura, surgiu oportunidade de abrir em Fahrweid e conciliamos cozinha juntamente com pastelaria e fabrico próprio.
Hoje sabemos que são três pastelarias que estão abertas ao público. Como é gerir a vida
pessoal e profissional, com trabalho à velocidade da luz?
Nem sempre é fácil, com trabalho e gosto pelo que faço. A minha prioridade é satisfazer a nossa comunidade. É gratificante trabalhar e conquistar os nossos objetivos. Com visão, tudo se consegue. Vida pessoal acaba por ser um pouco exposta. Vivemos mais para o negócio familiar.
Muito se falou do encerramento da pastelaria renascer! O que a levou a abdicar daquele espaço excelente e com uma vasta carteira de clientes?
A Pastelaria Renascer em Schlieren fechou por opção própria e por motivos de o prédio ser
demolido.
A comunidade sabe que a Paula é uma mulher muito generosa. Mas poucos sabem que oferece um apoio extraordinário aos “Sem Abrigo” da cidade de Zurique. Como aconteceu este esplêndido projeto?
Aconteceu que, além das pessoas me julgarem sem me conhecerem, eu ainda tenho um coração enorme para poder participar nestas comunidades dos sem abrigos. Hoje, eles, amanhã, nós. Nunca sabemos o dia de amanhã e sinto-me uma mulher realizada e feliz por ver pessoas felizes por um simples pão que, para nós, não é “nada” e para eles é muito.
Sabemos que a Paula e a sua equipa de trabalho não querem o retorno do serviço de benevolência. O que se sente no coração sabendo que os “Sem Abrigo” anseiam sempre pelos vossos produtos?
Eu fico feliz só por ver os sem abrigos felizes por receberem os nossos produtos.
Paula, queremos saber se está realizada com o novo espaço da Pastelaria sabores Silva em
Dietikon?
Sim. Ainda passou pouco tempo desde que abrimos, pelo que fazer ou dar uma opinião ainda é cedo. Temos de ter paciência e dar tempo para a comunidade portuguesa e suíça nos ficarem a conhecer.
Se tivesse que pedir ou dizer algo a todas as comunidades que se deliciam com os produtos portugueses, o que diria?
Um muito obrigado pelo voto de confiança depositado em toda a nossa equipa.
A Gazeta Lusófona agradece vivamente a sua disponibilidade, desejando sucesso profissional e pessoal para si e respetiva família.