Sónia Peres, candidata do Ergue-te
Sónia Cristina Câmara Miguens da Veiga Peres tem 48 anos de idade e é portuguesa. É candidata pelo partido Ergue-te pelo círculo europeu.
Conversamos com esta responsável, que nos contou as suas motivações nestas eleições.
O que está a impulsionar a sua candidatura?
O facto de trabalhar numa multinacional com colegas que se encontram em todo o mundo e estar ciente dos problemas e dificuldades que vivem. Além de ter família emigrada que me chama para a realidade dos problemas.
Como avalia o cenário político atual em Portugal?
Muito mau. Não sou, nem o partido é Contra a Europa, mas temos visto que este modelo imposto sem referendos ou debates, sem transparência das agendas políticas, económicas e financeiras não está a ser justo. As nações da Europa podem entender-se e cooperar entre si criando condições sustentáveis para todos. E não é o que temos visto.
Que políticas pensa serem necessárias para a comunidade portuguesa que reside fora de Portugal?
Transparência de processos, agendas e apoios económicos. Reestruturação de toda a rede consular e seus apoios, nem que seja cooperando e apoiando a todos os níveis, associações que consigam chegar mais perto de quem precisa. Revisão do sistema eleitoral (voto eletrónico) e criação de sistemas digitais (temos a aplicação COVID, não é?!, porque não criar aplicações para o sistema consular?), facilitando a troca de informação e apoio?
Que dificuldades devem ser combatidas e que pontos merecem ser reforçados?
O apoio consular nas suas várias vertentes tem de ser reavaliado e reforçado. Temos propostas relativas a novos organismo e reforço dos existentes. Tem de ser combatida a burocracia, tem de ser facilitado e acelerado o apoio a todos os níveis, nem que seja na emissão de um simples cartão cidadão, passaporte ou outro e em especial nas situações de carência económica. Tem de ser facilitada a comunicação a todos os níveis.
Quais são os seus objetivos?
Melhorar condições e fazer tudo o que estiver ao meu alcance para assegurar aos portugueses o direito a viverem e trabalharem numa pátria soberana e próspera, em segurança e liberdade, pois os que escolheram ou foram empurrados para fora não deixaram de ser portugueses e têm os mesmos direitos! Foram em busca de melhores condições até então negadas pelos sucessivos governos e mal-acompanhados pelos deputados europeus.
Que temas mais lhe chamam a atenção?
A possibilidade do voto eletrónico, a demora num simples documento, a demora em transladações e todo o processo, a falta de ajuda em situações de carência ou outras, enfim, tanta coisa que por vezes é negada por simples burocracia, já para nem falar da vertente económica, pois essa nem consigo perceber…… Tanto imposto, incluindo dos que emigraram, tantas tranches e afins e nem sabemos afinal que verbas existem para poder melhorar e progredir nesta área.
O que pode ser feito no sentido de se valorizar o trabalho consular português no estrangeiro?
Meios humanos, físicos e principalmente económicos. Revisão de burocracias, que são excessivas, criação meios digitais para facilitar circulação informação, protocolos com associações já existentes que possam no campo e mais rapidamente chegar a quem precisa.
Qual a importância do movimento associativo português nos países de acolhimento?
O movimento associativo é um dos mais importantes. Sabemos perfeitamente que são os que de facto estão em campo e ajudam no que podem e como podem. Por vezes, não conseguem mais por falta de meios em especial económicos e esses podiam ser garantidos pelos organismos consulares ou outros criados para o efeito.
O ensino da língua portuguesa deve sofrer alterações?
Deve ser fomentado, subsidiado. Garantido.
Que linhas pretende seguir em relação às comunidades portuguesas caso seja eleita?
As linhas são o que as comunidades indicarem. Temos de as ouvir e perceber o que necessitam. Acho que está tudo ao contrário. Traçaram linhas, planos e diretrizes, sentadinhos em gabinetes, sem saber o que se passa na realidade. Isso tem de mudar.
O que a comunidade portuguesa deve esperar das eleições de janeiro?
Tal como eu, que algo mude e que possam dar o seu real contributo. Afinal, muitos pagam impostos em Portugal e nem sabem o que se faz com eles….. eu também não, infelizmente.
Por fim, que mensagem deixa para os eleitores?
Esperança, sei que, por vezes, se sentem abandonados, mas não estão. Temos de continuar a lutar. Aliás, somos um povo lutador, não podemos desistir.
Ígor Lopes