› Clément Puippe
Numa iniciativa de Irene Casimiro, sempre muito dinâmica na vida associativa portuguesa da região de Sierre assim como da responsável do serviço da integração da cidade de Sierre, Sandrine Rudaz, organizou-se o Magusto no dia de São Martinho, num ambiente de festa e de música.
Não faltou nada: dança, música, público entusiasmado, castanhas e jeropiga.
Pedro Lopes, presidente do rancho folclórico de Sierre, não só dançou, mas animou com uma maestria excecional as várias atuações do seu grupo. Um verdadeiro showman. Com explicações sobre os magníficos trajes das Lavradeiras da Meadela. Pedro Lopes também agradeceu e elogiou Luís Martins, antigo presidente do rancho de Sierre e que permitiu o acesso deste rancho à Federação Portuguesa de Folclore e Etnografia na Suíça. Uma homenagem sentida para agradecer todo o trabalho desenvolvido pelo antigo presidente que ficou muito emocionado. Pedro Lopes realiza uma missão muito importante também junto dos jovens e transmite -lhes a sua paixão: “O folclore é uma tradição que é maravilhosa e nos enche a alma. O folclore transmite-se de geração em geração. Aprendemos o dançar, trajar e os seus significados, mas é uma emoção que se vive de corpo e alma. Hoje vos digo que o folclore não é uma dança ou uma moda como muitos dizem, mas sim uma tradição que se sente no nosso coração.”
Com Gonçalo Vitorino, enfermeiro de profissão e guitarrista talentoso que nasceu em Portalegre, a viagem musical por Portugal e pelas músicas dos anos 80, deixou o público admirado . Houve assim um fado, um cante alentejano, uma balada de Rui Veloso e mesmo uma explicação sobre a guitarra portuguesa. Gonçalo define-se com um autodidata da guitarra. Desde os seus 11 anos aprendeu a tocar guitarra clássica na Sociedade Filarmónica de Monforte e foi membro de alguns grupos em Portugal, como da EnfTuna, Tuna de Enfermagem de Portalegre, e depois da Tuna Helvética na Suíça, onde também tocou acordeão. Neste momento ele inicia a aprendizagem da guitarra portuguesa, e divide o tempo entre a guitarra clássica, acústica, elétrica, e o estudo da guitarra portuguesa. «A guitarra portuguesa tem ficado um pouco para trás, culpa a falta de tempo, de professor, de contexto…, mas a vontade de aprender é a mesma». Ultimamente acompanhou também a cantora e fadista Diana Gil nas suas atuações. Uma dupla que já é bastante conhecida na Suíça romanda.
Os Suíços presentes neste evento ficaram conquistados. Uma boa razão para tentar tornar esta primeira edição do Magusto de Sierre num encontro anual. Existe um público, só é preciso às vezes acordá-lo ou pelo menos incentivá-lo.