› Ígor Lopes
Nelson Pires Fernandes tem 32 anos de idade. Apesar de os seus pais serem naturais de Montalegre, nasceu, cresceu e vive em Basileia, na Suíça. Tem família em Montalegre e alguns tios em Lisboa, já o resto da família encontra-se no estrangeiro, em países com França, Alemanha e Luxemburgo.
Sobre a vida na Suíça, Nelson refere ser “muito boa neste momento e é muito agradecido por poder viver na Suíça” e referiu que a vida no país é uma chance de “ter muitas oportunidades para melhorar o seu estilo de vida”.
“Depois de, em 2016, tirar o meu curso de fisioterapia, comecei a trabalhar em várias empresas de fisioterapia até que em 2022 construí a minha própria empresa de fisioterapia (Fifth Health Gmbh) situada em Basileia”, disse sobre a sua vida profissional.
Nelson Fernandes comenta que “desde pequeno, frequentei muitas vezes comunidades portuguesas em toda a parte da Suíça, tenho hoje em dia muitos pacientes portugueses também na fisioterapia que me ajudam a conviver naturalmente com muitos portugueses”.
“O português é muito bem recebido na Suíça porque é visto como um bom trabalhador e uma pessoa empenhada a trabalhar. A maior dificuldade de um português na Suíça é a língua. Neste momento, estou a frequentar muitas vezes restaurantes portugueses ou comunidades ou bares portugueses, um pouco por toda a parte da Suíça, já que conheço muita gente em toda a parte do país”, frisou este português, que explicou que consegue matar as saudades de Portugal “ao conviver com portugueses ou com associações ou ir às convivências portuguesas, e isso é o bom de poder matar um pouco as saudades de Portugal”.
“O sentimento de regressar a Portugal é um sentimento de regressar a casa onde encontro muitos amigos, muita família e tenho sempre boas convivências com muita gente”, afirmou Nelson, que, desde 2012, “vive sozinho, mas sempre com a visita aos pais que vivem também em Basileia”.
Sobre o regresso a Portugal no futuro, “com a situação delicada que se situa neste momento Portugal e com a minha própria empresa construída, neste momento, na Suíça, será muito difícil voltar a Portugal, mas nunca se saberá o dia de amanhã”.
Em solo helvético, Nelson construiu o seu próprio espaço, a sua própria empresa e tenciona construir “muito mais”, também direcionado à comunidade portuguesa, “com muitos eventos que podem ajudar a comunidade portuguesa na área da saúde em todas as partes onde necessitam de ajuda, para que uma pessoa possa viver saudável neste país”.
“Aliás, a situação na Suíça é muito agradável para poder viver e para poder ter uma alimentação saudável e um estilo de vida completamente saudável”, elucidou este cidadão português.
“Para mim, a Suíça significa ter oportunidades e poder construir o seu próprio caminho com a ajuda do governo ou até da comunidade em si. De Portugal, tenho imagem que é um país que tem muitas oportunidades, mas que não são usadas por vários fatores da economia, como o turismo e muito mais”, referiu Nelson, que recordou a sua chegada ao país europeu.
“Os meus pais tiveram que emigrar em 1989 onde, desde então, ficaram na Suíça e se deixaram ficar até hoje. Construíram família na Suíça e não mais voltaram a Portugal. Só voltamos nas férias. (…) Em Portugal, a meu ver, tem-se muito mais estilo de vida para viver, enquanto na Suíça temos um estilo de vida muito mais trabalhador e menos convivência com as pessoas. Com isso, temos oportunidade na Suíça de ganhar dinheiro e, provavelmente, um dia mais tarde, voltar a Portugal para quem tenha esse desejo”, mencionou Nelson Fernandes.
“Como a língua alemã é uma língua que não vem da linguagem romana torna-se muito mais difícil aprender. É muito mais complicada para falar. Com empenho e com muita dedicação, mesmo assim, se pode aprender bem, mesmo que não se falo cem porcento”, afiançou Nelson Fernandes.
“Mesmo que tenha o passaporte suíço, o meu coração está sempre em Portugal. Sinto-me mesmo mais português do que suíço, o que faz com que o coração queira sempre voltar várias vezes pelo ano a Portugal”, finalizou Nelson Fernandes.