No passado dia 2 de novembro a cidade de Wetzikon, uma comuna da Suíça, no Cantão Zurique, festejou o seu XXI Festival de Folclore. Depois de quatro anos de ausência, este grupo trouxe de novo a festividade folclórica para a terra que os viu nascer.
O grupo surgiu renovado a começar pelo seu presidente Leandro Teixeira, que tem no irmão, Nélio Teixeira, o seu braço direito. O Nélio é o ensaiador do rancho organizador.
A Sporthalle de Wetzikon acolheu este festival pela primeira vez. Uma sala ampla, bem iluminada, onde couberam as mais de 800 pessoas que vieram celebrar a cultura folclórica portuguesa.
O jantar recebeu os maiores elogios. Bacalhau e carne assada no forno à lenha fizeram a diferença no sabor que foi muito enaltecido. A mesa das sobremesas estava também bem recheada, com os doces mais típicos da nossa gastronomia.
Reconhecimento a todas as pessoas que se esforçaram para que pudéssemos ter um jantar delicioso.
Eram 20h25 quando se iniciou o desfile dos ranchos convidados.
Coube às Maravilhas do Minho de Zurique abrir este festival e fizeram-no muito bem, mostrando os seus trajes, instrumentos, incluindo uma bicicleta e o tradicional sapateiro, que raramente vemos em grupos folclóricos. São mesmo uma maravilha, vê-los dançar e, por isso, arrancaram um grande aplauso do público presente.
O Rancho de Arbon formou-se para os receber na descida do palco, e a alegria de todos era bem visível.
O rancho de Arbon da região de St° Gallen brilha com luz própria, em questões folclóricas. É um grupo muito entusiasta e com ideias criativas. Primam pela originalidade. Neste festival deixaram um pouco de parte o folclore do Minho e levaram-nos até ao sul de Portugal com o corridinho algarvio. Os presentes manifestaram-se com gritos, assobios e muitas palmas. O momento foi mesmo celebrado. Este rancho, que é dos mais jovens no circuito, teve uma evolução cavalgante e está a dançar ao nível dos que já levam anos a defender a cultura popular.
Para se diferenciar do que estamos habituados a ver e ouvir, chegou o Rancho Folclórico As Tricanas de Differdange do Luxemburgo. Cantaram à capela e com vozes diferenciadas, entre o agudo e grave. Falaram entre eles, disputaram as raparigas, o material e os legumes, distribuíram água e do nada começaram a dançar formando a roda da forma mais original que se viu em terras da Suíça. Muito dedicados, presentes e bem-trajados este grupo mostrou-nos uma extraordinária dimensão de recolha etnográfica e sendo um grupo com muita juventude é para aplaudir e todos nós assim o fizemos.
Por fim, o Rancho de Wetzikon surgia no corredor principal da sala, sorridentes subiam ao palco com a tranquilidade de quem sabe o que faz, o que dança e o que cantam. Este rancho tem no seu histórico sucessos inesquecíveis, festivais sempre com casa cheia e gozam de uma reputação indescritível. São membros aderentes da Federação Portuguesa de Folclore em Portugal. Aprofundam-se o folclore do Baixo Minho. O Rancho de Wetzikon mostra-nos as vestes femininas de rara beleza primorosamente executadas e bordadas à mão.
Depois de quatro anos sem festival, foi simplesmente maravilhoso voltarmos a ver Wetzikon em festa.
No Megashow, ocuparam-se do som e do baile, acompanhados pela atriz Soraia Teixeira. Resplandeceram no regresso ao ativo, pois já nos tinham habituado a grandes concertos e bailes.
Um agradecimento aos patrocinadores e a todos aqueles que ajudaram a fazer deste festival um verdadeiro serão cultural, onde a amizade voltou a tecer laços para a prosperidade.
E foi assim num dia de outono que nos despedimos deste grandioso festival, com um sorriso nos lábios, esperando já pelo próximo.
› Óscar Prazeres