Setembro é sempre um mês de recomeço. É o início do novo ano escolar, regressamos de férias e começamos a pensar em retomar a normalidade, mas já com um naco de pensamento no fim do ano. Faltam pouco mais de três meses para tal.
A vida é um ciclo vicioso. Colocamos metas e esquecemos de fazer o caminho para as alcançar, como a velha máxima – “O importante não é a meta, mas o caminho”.
Setembro, além de ser o mês dos Arcanjos (Gabriel, Miguel e Rafael), é o fim do verão e o início do outono, é um mês de mudanças, de novas procuras e de novos projetos. Os portugueses na Suíça não são exceção, bem pelo contrário, são o verdadeiro exemplo de uma comunidade, nas mais variadas áreas, capaz de mostrar o seu valor e dar a conhecer a sua capacidade.
Temos na presente edição do Gazeta Lusófona mais um conjunto de notícias, entrevistas, reportagens e opiniões que mostram essa diversidade dos portugueses neste país helvético, seja na área académica, cultural, desportiva, social, recreativa, artística, entre outras…
Depois do mês de agosto, onde o movimento associativo português diminui as suas ações na Suíça, pelas razões bem conhecidas – férias – chegamos a setembro com uma agenda preenchida. Além de toda a dinâmica que envolve o ensino, temos os empresários a aplicar novas dinâmicas, as associações a desenvolverem ações para as próximas semanas, entre elas os diversos festivais de folclore que, de uma forma mais popular e até recreativa, elevam a bandeira da portugalidade através da gastronomia, dos usos, dos costumes e das tradições mais antigas, tendo em conta que a tradição não é estanque, mas constante.
Certo é, nunca ignorando, que setembro é o mês da renovação, mas isso não apaga o passado. Isto é, vida nova com problemas velhos. Todavia, não podemos adormecer nem nos deixarmos dominar por esses “problemas”. Devemos enfrentar e encarar todas as situações que afetam grande parte da população portuguesa fora do seu país. Não vou citar, todos nós conhecemos. Todos nós sabemos.
Todavia, o tempo é mesmo de mudança. Vivemos nesta inconstante incerteza mundial, com guerras que salpicam e sangram povos. Vivemos assutados, inseguros e sem certezas. Mas, não é adormecer na “areia” que nos querem dar a beber que devemos deixar de procurar pela água que nos mata a sede e nos dará nova energia para alcançarmos os nossos sonhos, realizarmos os nossos projetos e traçarmos um trilho que permita os nossos filhos alcançarem o caminho que desejam. Um caminho que lhes dê a oportunidade de valorizar o percurso e não a meta. A meta que todos temos traçada, eu quero lá chegar o mais tarde possível…
Bom regresso, bons projetos e bom trabalho…
Adélio Amaro, diretor