No próximo dia 22 de outubro, Sara Correia apresenta-se na magnifica sala do Viktoria Hall, em Genebra, para um concerto da alma portuguesa que toca a alma de todos.
O fado é um “refúgio” de todos os portugueses, nele encontramos a saudade, os lamentos, a vida, o amor, as histórias de um povo replicadas por uma sonoridade única, inconfundível, e pelas vozes que lhe dão vida. É essa vida que está bem presente na voz de Sara Correia, uma menina que sonhou “em fado” desde pequenina, quando ouvia a sua tia cantar nas casas de fado lisboetas, e mais tarde quando ela, de tenra idade, começou a desbravar os caminhos, nem sempre fáceis de interpretar o fado, as suas emoções, o sentido tão lusitano que ele encerra. Seguiu a tradição familiar e cresceu com e para o fado, dele fez sua casa e o seu caminho é uma ascensão serena de um valor que desde Marvila, Chelas, chega agora a Genebra. Aprendeu fado com a família, com a vida e no Clube Lisboa Amigos do Fado, de onde saíram muitos fadistas, uns mais conhecidos que outros, onde se destacam Pedro Soares e Ana Moura, por exemplo. Hoje uma fadista madura, colabora com muitos outros artistas, de outras sonoridades que incorpora nas suas músicas, sem abandonar as origens do fado, a língua portuguesa ecoa na sua voz transportando-nos para outras latitudes musicais mantendo o fado como ponto centro onde tudo gira.
É, pois, uma artista de mão cheia, que já pisou grandes palcos em Portugal e no estrangeiro, participou em filmes, programas televisivos, como o The Voice, que nos traz o fado, esse eterno fiel amigo de todos os portugueses. De uma “canção de vencidos”, o fado é hoje assimilado por todos e em todas as latitudes. Ser fadista é uma coisa nobre, há uma classe inerente, uma inebriante áurea que nos remete para o ambiente respeitoso onde o fado se ouve e onde todos têm lugar. De Chelas para o mundo, não percam o espetáculo no dia 22.
Ilídio Morgado