› Ígor Lopes
António Guerra, co-presidente do Comité Gros èvre UNIA Genebra e representante nacional do Comité Central-UNIA na área da Construção Civil, sublinhou que foram necessárias “nove rodadas de negociações e cinco dias de protesto”, para que houvesse uma conclusão sobre as conversações entre entidades patronais e trabalhadores da construção civil na Suíça em relação às condições de trabalho no país. Centenas de trabalhadores, incluindo portugueses, decidiram pela greve “para lutar pelos seus direitos”.
“No dia 10 de dezembro, o parlamento dos trabalhadores da Unia decidirá se aceita as conclusões”, reiterou António Guerra, que reforçou que a “paralisação foi proposta em defesa dos nossos direitos sociais e da nossa convenção”.
Este responsável, que é natural de Portugal, “confirmou que sete mil trabalhadores se mobilizaram em Lausanne, dos quais cerca de quatro mil trabalhadores eram portugueses. Já em Genebra, a mobilização sensibilizou três mil trabalhadores, dos quais mais de dois mil eram também portugueses a trabalhar na Suíça”. Ao todo, cerca de 70 por cento dos grevistas eram de nacionalidade portuguesa e trabalham na construção civil.
“O sindicato Unia está satisfeito por ter dado um passo decisivo para evitar uma situação de vácuo contratual”, informou este sindicato em nota.
O que está em pauta?
Segundo apurámos junto de fontes deste sindicato, o resultado da pressão dos trabalhadores, que será ainda avaliado e votado no próximo dia 10, “inclui um aumento do salário efetivo de 150 francos a partir de 1º de janeiro, bem como um reajuste do salário mínimo de 100 francos, além da simplificação na organização do tempo de trabalho e melhorias no reembolso de despesas e licenças de paternidade”.
Agora, cabe ao parlamento dos trabalhadores da Unia decidir sobre a aceitação ou não dessas condições e a sua inclusão na convenção. O resultado será conhecido no dia 10 de dezembro na conferência do setor de construção da Unia, que reunirá delegados de toda a Suíça.
Os empresários irão apresentá-lo aos seus delegados no dia 13 de janeiro.
“A União de Trabalhadores Suíços pretendeu, com esta greve, mostrar que os trabalhadores estão descontentes com algumas mudanças laborais que estão a surgir na Suíça”, finalizou António Guerra, que está a acompanhar os desenvolvimentos das negociações.