O presidente da República de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, recebeu, no dia 16 de dezembro de 2024, a presidente da Confederação Suíça, Viola Amherd, na Praça do Império – Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa, numa cerimónia oficial de boas-vindas.
Foram prestadas Honras Militares, com a execução dos Hinos Nacionais dos dois países, salva de 21 tiros, revista e desfile da Guarda de Honra.
Após deslocação para o Palácio de Belém com escolta de honra por regimento a cavalo da GNR, a Chefe de Estado suíça foi recebida por Marcelo Rebelo de Sousa. De seguida, dirigiram-se à Sala das Bicas para a fotografia oficial, tendo a presidente Viola Amherd assinado o livro de honra.
Realizada a apresentação das delegações, a presidente da Confederação Suíça reuniu-se com o presidente da República português, tendo-se seguido um encontro dos dois presidentes alargado às respetivas delegações, em que passaram em revista as relações bilaterais, assim como as relações da Suíça com a União Europeia e a atualidade internacional. Momentos que foram acompanhados pelo embaixador de Portugal na Suíça, Júlio Vilela, e pelo embaixador da Suíça em Portugal, Denis Knobel.
O presidente da República de Portugal ofereceu ainda um jantar, no Palácio da Cidadela de Cascais, em honra da presidente da Confederação Suíça.
A visita realizou-se na sequência da deslocação do presidente Marcelo Rebelo de Sousa à Suíça, em junho passado, para celebrar o Dia Nacional com a comunidade portuguesa em Genebra e Zurique.
Encontro com Luís Montenegro
Após as formalidades oficiais com Marcelo Rebelo de Sousa, a presidente da Confederação Suíça, Viola Amherd, manteve reunião com Luís Montenegro, primeiro-ministro de Portugal, e em São Bento, quando foi assinado um acordo bilateral sobre o exercício de atividades remuneradas de pessoas acompanhantes do pessoal das missões diplomáticas, postos consulares e missões permanentes.
Luís Montenegro considerou que Portugal e a Suíça têm excelentes relações bilaterais, partilham os valores da democracia, do respeito pelo Direito Internacional e pelos valores humanitários. Em síntese, são países “construtores de pontes”. No plano económico, o líder do executivo português salientou que Portugal tem “todo o interesse” em continuar a receber turistas e investidores suíços.
“Estamos empenhados em poder ser ainda mais atrativos para que as empresas e o capital suíço venham para Portugal, criando novas oportunidades para os nossos dois países”, disse, antes de se referir à presença da comunidade portuguesa na Suíça.
“É verdade que a comunidade de portugueses na Suíça, do ponto de vista quantitativo, é muito mais relevante do que a comunidade suíça em Portugal, mas nós tratamos a comunidade suíça exatamente com o mesmo empenho e respeito com que tratamos os nossos nacionais. E também reconhecemos que as autoridades suíças têm sido absolutamente impecáveis, determinantes no acolhimento e na integração de cerca de 260 mil portugueses que vivem hoje na Suíça, a que se juntam mais de 50 mil lusodescendentes”, defendeu Montenegro.
Na sua declaração, o primeiro-ministro falou de cooperação bilateral no âmbito da ciência, das universidades e da tecnologia, considerando que a dinâmica nessas áreas tem em momentos seguintes consequências no investimento, “nomeadamente em setores novos, como a inteligência artificial”.
“As nossas relações bilaterais são excelentes. Exemplo disso é a prova de amizade e consideração que recebemos da Confederação Suíça ao ter decidido apoiar a nossa candidatura a membro não permanente do Conselho de Segurança no biénio 2027/2028”, frisou.
Em contrapartida, Luís Montenegro referiu também o empenho de Portugal para a conclusão do acordo estratégico de parceria entre a União Europeia e a Confederação Suíça.
“No âmbito das instituições europeias, Portugal tem sido muito veemente no sentido de aprofundar os trabalhos que levem à conclusão desse dossiê – isso é determinante para a Europa e é determinante também para nós”, disse.
Por seu turno, a presidente da Suíça adiantou que o seu país pretende fechar as negociações com a Comissão Europeia para que, através de referendo, em 2026, possa ser votado pelos cidadãos suíços.
Viola Amherd confirmou haver sintonia de posições entre Portugal e a Suíça no domínio da segurança, tanto em relação à questão da invasão russa da Ucrânia, como no que respeita aos conflitos no Médio Oriente, envolvendo Israel, ou em África.
A presidente da Suíça deu especial relevo à importância de se estabilizar a região dos Balcãs, enquanto o primeiro-ministro português falou de África e manifestou preocupação com a conjuntura de “incerteza” em Moçambique.
Adélio Amaro e Ígor Lopes
Fotografia: Presidência da República