A Suíça conta hoje com a segunda maior comunidade de emigrantes portugueses na Europa e no mundo, segundo dados do Ministério dos Negócios Estrangeiros de Portugal.
Ainda de acordo com esta fonte, residem na Suíça cerca de 260 mil portugueses portadores de cartão do cidadão, um número aquém do máximo histórico, registado em 2016 (cerca de 275 mil), e apenas atrás de França.
A comunidade portuguesa na Suíça é a terceira comunidade estrangeira mais relevante na Suíça, a seguir à italiana e à alemã, e à frente da francesa, tendo crescido cerca de 1% em 2023 face ao ano anterior. Esse crescimento deve-se ao número de nascimentos ocorridos e à reativação de autorizações de residência suspensas, já que, à semelhança do ocorrido nos anos anteriores, não se verificou um aumento por força da chegada de novos imigrantes. O saldo entre entradas e saídas efetivas foi negativo no ano passado (em 678 cidadãos).
Aos cerca de 260 mil residentes permanentes com cartão de cidadão português juntam-se perto de cinco mil residentes não permanentes (detentores de autorização temporária), sendo que cerca de 77% dos portugueses na Suíça têm residência permanente e estão maioritariamente em idade ativa (a comunidade residente com mais de 65 anos é de apenas 2,8% e os menores de 17 anos representam 19,3%).
Mais de um quarto (26,8%) da população na Suíça, estimada em mais de 8,6 milhões de pessoas, é estrangeira, representando a comunidade portuguesa 3,1% do total da população e 11,8% dos estrangeiros radicados no país.
A dimensão da comunidade lusa na Suíça mantém-se homogénea, com ligeiras oscilações, desde 2016, ano em que atingiu o valor mais elevado de sempre: 275 mil cidadãos.
Os portugueses estão atualmente presentes em todos os 26 cantões do país, constituindo a comunidade estrangeira mais importante em algumas zonas.
A comunidade lusa é a maior no cantão francófono de Neuchâtel, nos cantões bilingues de Friburgo e Valais (francês e alemão) e de Graubünden (alemão e romanche), e a segunda mais importante nos cantões de Appenzell Interior, Genebra, Jura, Obwalden, Ticino, Vaud e Uri.
A maior concentração de emigrantes portugueses verifica-se no cantão de Vaud, onde residem 56.270 portugueses, seguindo-se os cantões de Genebra, Valais, Zurique, Friburgo e Berna, todos com mais de 13 mil residentes. No total, 75% da comunidade portuguesa na Suíça reside nestes seis cantões. Dados oficiais apontam que a comunidade portuguesa continua sobretudo concentrada nos setores da construção civil, obras públicas, agricultura, hotelaria e restauração, serviços financeiros, setor farmacêutico, reparação automóvel, distribuição alimentar e limpezas.
No entanto, nos últimos anos tem-se assistido a um aumento da emigração qualificada, designadamente “um conjunto apreciável de nacionais a exercer funções no sistema de saúde na Suíça”, tendo os portugueses sido, em 2022, a sexta nacionalidade mais relevante em termos de reconhecimento de títulos para o exercício de enfermagem e profissões conexas.
A taxa de desemprego na Suíça tem sido tendencialmente baixa, atingindo no final de 2023 pouco mais de 100 mil cidadãos (2%), dos quais sensivelmente metade (53,2%), de nacionalidade estrangeira. Destes, 7.257 eram portugueses (6,8% do total e 12,8% dos estrangeiros), o que representa uma taxa desemprego sensivelmente idêntica à dos italianos, mas superior à dos alemães e franceses.
As remessas dos emigrantes na Suíça atingiram em 2023 o valor mais elevado de sempre, com o montante global de 1.085,5 milhões de euros a ultrapassar o de França (1.045,2 milhões), de acordo com dados do Banco de Portugal.
Em 2022, as remessas enviadas pelos emigrantes portugueses na Suíça haviam-se fixado nos 1.061 milhões de euros, atrás das remessas oriundas desde França (1.081 milhões), que foi então superada no ano passado.
- L.