“Há funcionários públicos que são notáveis no seu trabalho, no seu desempenho e que merecem todo o nosso reconhecimento”. Foram estas as palavras introdutórias do Secretário de Estado das Comunidades Portugueses Emídio Sousa, aquando da entrega da medalha de mérito das comunidades portuguesas, grau ouro, ao funcionário consular Porfírio Luís Pinheiro.
No dia 20 de setembro, antes do início dos trabalhos do encontro de associações promovido pela FAPS, Emidio Sousa condecorou Porfírio Luís Pinheiro perante o Embaixador de Portugal na Suíça, Júlio Vilela, os Cônsules-Gerais, Gonçalo Motta e Leonor Esteves, a coordenadora de ensino de Português na Suíça, Maria de Lurdes Gonçalves, várias autoridades locais e uma audiência repleta de membros de associações portuguesas dos quatro cantos da Suiça.
Este galardão distingue as pessoas singulares e colectivas, nacionais ou estrangeiras, cuja acção contribua ou tenha contribuído para o fortalecimento dos laços que unem os Portugueses e lusodescendentes.
No seu discurso, Porfírio aceitou a distinção refutando humildemente o elevado mérito que esta medalha finalmente reconhece. O verdadeiro mérito, afirmou o galardoado, foi de seus pais. Trabalhadores rurais nos duros campos de Pinhel, passaram toda a sua vida em árduos labores, de sol a sol, entre dificuldades e fadigas até ao esgotamento das suas forças para poderem dar as melhores condições a seus filhos.
Do cultivo da terra soube retirar preciosas lições, nada lhe caiu de maduro de nenhuma árvore, nenhum curso ou emprego fácil. Porfírio semeou o seu futuro com tenacidade, trabalhando e estudando ao mesmo tempo, para concluir os estudos e finalmente iniciar um percurso que seria a obra de uma vida.
Nos 42 anos ao serviço de Portugal, afirma ter cumprido as suas funções dentro do possível, contudo, quem teve o prazer de contactar com o galardoado, sabe que não existem limites no desempenho da sua missão. O seu horário de trabalho nunca ameaçou o bom atendimento, antes pelo contrário, é possível afirmar que o galardoado consistentemente, nestas 4 décadas, foi o primeiro a chegar e o último a partir do seu posto. O espaço também nunca o limitou, seja no Consulado, em eventos ou num casual encontro na rua, sempre esteve disponível para ajudar os seus compatriotas. E, por último, o âmbito da sua ajuda, nos casos em que desconhecia, parcial ou totalmente, a solução para um problema encontrado, em momento algum baixou os braços, investigando com afinco como resolver, sem protesto ou queixume, até encontrar finalmente a melhor solução. Por isso, no tempo, espaço e âmbito, o funcionário conseguiu sempre estender os limites do que muitos considerariam possível.
Terminado este capítulo, augura-se o início de outro igualmente belo, quem conhece o Porfírio sabe que a bondade do seu coração, a generosidade das suas acções, e a sua inquietude intrínseca na ajuda ao próximo continuarão a marcar a vida de todos os que cruzarem o seu caminho.
Ivane Domingues