Fábio André Guedes Carlos tem 31 anos, é natural de Lisboa e conta com família, “na maior parte”, na capital portuguesa, “mas também tenho família na ilha da Madeira”.
Vive em Grindelwald, uma vila na Suíça conhecida pela sua beleza natural e atividades turísticas. Está localizada na região de Jungfrau, no Oberland Bernês. Além disso, Grindelwald oferece diversas opções de lazer. Este cidadão português trabalha na Suíça como porteiro noturno num hotel.
Sobre a sua vida na Suíça, Fábio sublinha que, “neste momento, como faço horário noturno, basicamente só durmo e trabalho, nas folgas aproveito para passear um pouco”.
A sua passagem pelo país tem sido “até agora, uma experiência incrível”.
“Fui super bem recebido cá no país, conheci várias pessoas incríveis na minha caminhada. Até agora, estou a adorar, só falta mesmo trazer a minha família para cá”, disse.
Relativamente a conviver com a comunidade portuguesa na Suíça, Fábio comenta ter “alguns amigos a viver também no país, mas falamos apenas pelo telemóvel porque estão em outras cidades e um pouco distantes”. Já em relação às associações portuguesas em solo helvético, adiciona que não frequenta, pois, “para além de fazer um horário que não me permite, também nunca fui muito de ir às associações, mesmo quando vivia em Portugal”.
Perguntado sobre a forma como os portugueses são recebidos no país, Fábio realça que “a minha experiência até agora foi positiva e a das pessoas mais próximas que conheço, também”.
Para matar as saudades de Portugal, Fábio, “todos os dias, ligo para a minha família, e a cada dois meses, tento sempre ir lá”.
O nosso entrevistado lamenta o facto de, “infelizmente” não viver com a sua família no país.
“Estou só à espera da oportunidade para os trazer”, atestou.
E qual é o sentimento quando regressa a Portugal de férias?
“Nos primeiros dias, estou sempre muito contente por estar com a minha família no meu país, depois, nos últimos dias de férias, já fico ansioso e super triste por ter de deixá-los e por deixar o meu país também, claro”, referiu Fábio, que tem um filho, a sua “maior riqueza”.
“Penso em voltar a viver em Portugal algum dia. Sou uma pessoa muito familiar e custa-me bastante estar longe deles. De momento, não penso em datas, mas quero organizar-me muito bem primeiro”, comentou.
Uma decisão que pode estar motivada pelas conquistas que ainda pretende obter. Para já, celebra as atuais.
“Ainda é muito recente a minha chegada, mas, em dois anos, deu para juntar um bom pé de meia e pagar o meu casamento, por exemplo. Entre muitos outros sonhos que estão na minha lista”, garantiu.
A sua vida na Suíça garante-lhe um olhar positivo sobre a sua experiência.
“A Suíça para mim significa valorização, oportunidade, organização. É um país que, aos poucos, está a conquistar o meu coração. Sobre Portugal, tenho uma imagem diferente daquela que gostaria de ter, penso que podíamos ser uma das potências mundiais com todos os recursos que temos, mas, infelizmente, somos muito mal geridos”, completou Fábio, que recorda por que foi viver no país.
“Vim aqui parar porque foi a oportunidade que surgiu, sinto-me muito bem acolhido aqui, é verdade que não há muito aqui que se possa fazer e a vida é um pouco monótona, mas as pessoas são incríveis e acolhedoras”, afirmou.
Sobre o futuro, Fábio é enfático: “Espero conseguir conquistar tudo aquilo que me proponho junto da minha mulher e do meu filhote, espero também ter um melhor trabalho, com melhores condições, e que o meu filho cresça neste país incrível saudável, feliz e orgulhoso dos papás”, explicou.
Em relação à maior diferença de vida entre Portugal e a Suíça, Fábio esclarece que é, “sem dúvida, a nível monetário, mas, também, a segurança, a limpeza e a organização dos países, que são totalmente diferentes”.
Fábio adaptou-se bem à língua local.
“Nunca senti problema nenhum com a língua, pois, se não sei lidar com a língua “A”, safo-me com a língua “B”, e se a língua “B” também não resultar, vai com gestos. Falo inglês, que a maior parte da população fala. Isso já ajuda bastante. O alemão vou agora começar um curso em abril. Este é um objetivo meu também”, garantiu
Questionado sobre como vive o coração do imigrante português na Suíça, Fábio não esconde que o “meu coração ficou em Portugal”.
Ígor Lopes