› Ígor Lopes
Liliana Fernanda Costa Silva tem 43 anos de idade, é natural de Santo Tirso, distrito do Porto. Tem familiares em Santo Tirso e em Guimarães. Vive hoje em Basel Stadt. Para esta portuguesa, a vida na Suíça é “estável”, mas não é “fácil”.
“Se não tiveres um emprego a 100%, é preciso saber moderar uma rotina, trabalhamos muito para conseguir pagar as contas ao final do mês e ainda tentar poupar algum dinheiro para os nossos objetivos da vida”, disse Liliana Silva, que trabalha como auxiliar independente de limpeza.
Afirma conviver com a comunidade portuguesa no país, pois “acho fundamental a integração na comunidade portuguesa, damos continuidade à nossa língua materna, ligação ao nosso pais, às nossas culturas e tradições de várias cidades de Portugal”.
Liliana considera que “os portugueses são bem recebidos na Suíça” e que, “cada vez mais, as comunidades portuguesas e associações estão a crescer, o empreendedorismo português aqui na Suíça tem evoluído também bastante”.
Para matar as saudades de Portugal, que são “imensas”, Liliana sempre que pode vai a Portugal no verão e no Natal”, pois tem toda a sua família a viver em Portugal.
“Vivo sozinha com os meus dois filhos. Os meus filhos são a minha razão de viver, são a minha vida. Sempre que vou a Portugal, é uma emoção de alegria, abraçar a família, passar tempo e criar memórias com eles é muito bom. Cresci em Portugal e a ligação que eu tenho com a minha família é muito forte. Espero um dia voltar a viver em Portugal”, frisou esta cidadã portuguesa emigrada na Suíça, onde reforça ter encontrado “estabilidade”.
“A Suíça significa muito para mim, já la vão mais de 20 anos que cá estou, adaptei me bem. É um país bem desenvolvido, estruturado, organizado e estável. É uma vida num mundo diferente, gosto de viver aqui e é um país de oportunidades”, explicou Liliana, que confessou que a “imagem que tenho de Portugal é o recordar a infância com os meus avós, memórias felizes que guardo no meu coração”.
Liliana conta que cresceu em Portugal até aos 18 anos, terminou o 12º ano escolar, entretanto, naquela altura, não estava fácil encontrar um emprego. O seu pai já se encontrava na Suíça e, depois, ela e a mãe decidiram emigrar para a Suíça em busca de um futuro melhor e estável.
“Não faço planos para o futuro, vivo um dia de cada vez na esperança de que o amanhã seja melhor do que hoje. Enquanto tiver saúde e trabalho, sou grata pela vida e por cada amanhecer e por estar presente, diariamente, na vida dos meus filhos. Procuro acreditar que, a cada amanhecer, a vida permite-nos ter uma oportunidade cheia de possibilidades, sigo o caminho em frente sem medo e coragem no coração”, esboçou Liliana, ao sublinhar que “uma das grandes diferenças da Suíça para Portugal começa logo pelo clima, pois o clima em Portugal é completamente diferente do da Suíça”.
“E também convive-se mais com a família nos fins de semana e, no geral, o convívio em Portugal entre as pessoas é outro. Sinto que em Portugal vive-se mais, desfrutamos o tempo livre de outra forma e mais felizes, enquanto que, na Suíça, trabalhamos imenso e o tempo livre é pouco, embora que a vida na Suíça é mais estável”, completou.
Em relação ao idioma, Liliana diz que a “língua não é fácil, tirei um curso básico de alemão, achei importante e hoje consigo adaptar-me”.
Estar longe de casa não é tarefa fácil para quem decide emigrar.
“O coração de um emigrante português na Suíça vive movido nos sonhos, na esperança de regressar um dia a Portugal definitivamente. Vive diariamente com saudades da família”, finalizou Liliana Fernanda Costa Silva.