Aos 55 anos de idade, natural de Sagres, fundou e preside, há 14 anos, essa Associação, “onde procuramos ser um ouvido atento aos vários desafios e dificuldades da nossa comunidade”.
“A comunidade que se adapta bem, uns com mais, outros com menos dificuldade. Continuamos com a falta de compreensão por parte de alguns em determinadas áreas do dia a dia, mas, após a informação obtida, acabam por conseguir ultrapassar as barreiras”, avançou Nuno, que vive na cidade de Vevey, no Cantão de Vaud, há 21 anos.
Considera que viver na Suíça é “lutar diariamente sempre com o sonho de regressar às origens para uma parte da comunidade”.
No passado, e durante três anos, atuou como deputado na cidade de Vevey, sendo membro de várias comissões como finanças, gestão e outras de 2018 a 2021.
“Com o começo da pandemia, ouve um trabalho acrescido e de grande importância para a proteção de toda a população”, recordou.
Amante da escrita e das imagens, Nuno Domingos revela que, já antes desta pandemia este amor pelas letras e pela fotografia germinavam no meu interior levando-me a colecionar vários trabalhos, os quais se vieram a juntar a muitos outros e este portefólio de quatro anos deu origem ao meu primeiro livro com o titulo: “Trilhos de uma Vida”, acontecimentos observados durantes dias num olhar atento a cada pessoa, expressão, estes mesmos acontecimentos que têm servidos de inspiração para várias pessoas que, como me relatava uma leitora, hoje tem usado o livro para saber o que para o dia e abre o livro ao acaso e são muitas as vezes que o que lê a ajuda a enfrentar os desafios diários num país de muita exigência no cotidiano”.
Conhecedor das necessidades da diáspora, Nuno Domingos recorda que, a nível político, “começa a haver um maior interesse, até porque, os tempos mudaram, os meios de comunicação são mais e variados”.
“O povo português continua a ser bem-vindo à Suíça, pois é trabalhador, acima de tudo, e a interação é patente na comunicação diária. Pois o nosso país é o nosso berço, se bem que a viagem e escolha de sair é e será vir procurar melhores condições das que deixamos para trás. Os emigrantes no mundo, e aqui não é diferente, é um número de remessas enviadas cada ano. Muita política se escreve e debate na Assembleia em Portugal, mas muito ficará sempre por fazer em prol do povo que é a extensão do nosso Portugal”, analisou.
Nuno conta que, hoje, profissionalmente, “enquanto Aide Maison num EMS de 4 Estrelas, tenho a meu cuidado todos os jardins privados e o cuidar do bem-estar dos residentes, assim como a interação com os mesmos e respetivas equipas dos mais variados domínios, desde a equipa médica aos cozinheiros”. De acordo com este líder associativo, “muitas promessas se fazem, mas as políticas para a comunidade portuguesa nunca, em momento algum, foram atualizadas e dignas de quem tanto “canta e chora por os que deixamos a trás carregando sobre os ombros o peso da despedida e a saudade que preenchem os nossos olhos a cada momento que olhamos os nossos filhos crescer num país que não os viu nascer, mas que os alimenta e instrui…””, finalizou.
Ígor Lopes