O Museu da Imigração localizado na rua Saint-Martin 36, incluído no centro dedicado aos migrantes, em Lausanne, fundado por Ernesto Ricou, fechou as suas portas depois de mais de 20 anos de atividade.
Após inúmeras ações nos últimos anos, Ricou sente profunda tristeza com o desfecho desta situação, mas está muito grato “a todos os que nos ajudaram e permitiram lutar por uma causa muito nobre”, riferiu o diretor e fundador desta associação, acrescentando que tem a sua consciência tranquila por tudo o que fez na salvaguarda da memória dos imigrantes e registo dos testemunhos, assim como na “melhoria do diálogo intercomunitário, educação e pedagogia, valorização de cada património cultural e histórico de cada país, continente e personalidades”, referiu ao Gazeta Lusófona.
Quando questionado sobre esta sua missão, relembra que foi um projeto de vida de “tremenda responsabilidade profissional, moral e social. Paixão incomensurável na união sagrada do concreto físico material e da espiritualidade. Antropologia e metanoia. Um planeta, uma casa, o invisível e o cosmo, uma só família”, relembra o fundador do Museu da Imigração.
Lembramos que este Museu, além de ocumentação diversa, continha malas com resumos biográficos e objetos ou documentos pessoais familiares, fotografias, passaportes, etc., assim como resumos ou estudos históricos e interdisciplinares, numa recolha constante e persistente de Ernesto Ricou que foi um humanista, artista plástico e gravador estudioso, competente nas áreas da história da arte, da conservação, museografia, do ensino e pedagogia, professor de artes visuais numa escola pública e na escola Lemania, escola de língua portuguesa.
O Gazeta Lusófona acompanhou este projeto desde o início e lamenta este desfecho após uma luta de muitos anos pelo seu fundador, Ernesto Ricou.
Fica o registo para que a memória futura relembre o trabalho incansável de Ricou.
Adélio Amaro