› Ígor Lopes
Em solo suíço, a Missão Católica de Língua Portuguesa tem o papel de “anunciar, fielmente, o Evangelho de Jesus Cristo”, através do “âmbito social, espiritual, litúrgico-sacramental, entre outros”. É desta forma que atua também a Missão Católica de Língua Portuguesa em Zurique. Uma iniciativa que valoriza a comunidade lusófona residente neste país helvético.
“A Missão Católica de Língua Portuguesa em Zurique atua em todo o cantão de Zurique, e não só para pessoas portuguesas, mas para todas as que falam português e outras línguas. Estamos abertos a todas as pessoas”, confirmou José Barroso, padre na Missão Católica de Língua Portuguesa, no cantão de Zurique.
Segundo este responsável, existe interação entre a comunidade católica em Zurique e a igreja local, bem como com a comunidade portuguesa instalada na região.
“Nós somos a Igreja que está em Zurique que fala português. A integração é total, com as nossas diferenças. Como toda a Igreja que está em Zurique, somos da Diocese de Chur, temos o mesmo bispo, Joseph Maria Bonnemain, vivemos as mesmas alegrias e tristezas, os mesmos desafios, enriquecidos com a nossa cultura, vivemos a mesma fé”, adiantou.
No âmbito das suas atribuições, a Missão Católica de Língua Portuguesa em Zurique atua como “uma espécie de paróquia pessoal e a nossa atividade é social, espiritual, litúrgica, etc.”.
E a Jornada Mundial da Juventude, que levou o Papa Francisco a Portugal de 1 a 6 de agosto deste ano, contou com a presença de cerca de 30 jovens da Missão Católica de Língua Portuguesa em Zurique, a partir dos 14 anos, “que se dedicaram a 100% para participarem e se enriquecerem nesse acontecimento único das suas vidas”.
Sobre as lições pós-evento na capital portuguesa, o padre José Barroso afirmou que houve aprendizados, “mas o evidente é que Jesus Cristo continua a interessar e muito à juventude”.
O grupo que esteve em Lisboa representou a diocese de Chur e do cantão de Zurique, mas “é óbvio que a costela portuguesa esteve bem presente, tinham as bandeiras dos dois países”, de Portugal e da Suíça.
Em Zurique, um dos projetos em andamento na Missão Católica de Língua Portuguesa é o programa “A Igreja está atenta”, que foca as suas ações “para que os crimes e erros do passado não se repitam”.
De acordo com este pároco, a fé tem conectado a comunidade lusófona na Suíça.
“Facilmente conecta as pessoas que vivem a mesma fé. Iniciativas comuns, presenças constantes em acontecimentos, etc. A abertura a todas as pessoas que a fé nos exige obriga-nos à participação e é com muita alegria que, de vários modos, vamos colaborando”, afiançou o padre José Barroso, que avaliou a comunidade portuguesa local.
“São tantos os aspetos em que pode ser avaliada que nunca mais sairíamos daqui. Mas, diria, muito em geral, que é participativa e corresponde às solicitações”, disse.
Hoje, a Missão Católica de Língua Portuguesa em Zurique conta com cerca de uma centena de voluntários. “A participação varia, mas diria que, a cada semana, nos encontramos à volta de 800 pessoas para celebrarmos a nossa fé”, confirmou o pároco, que revelou, ainda, que o perfil da população que interage com a Missão Católica de Língua Portuguesa em Zurique “é muitíssimo variado” e destacou que a ligação desse organismo com as autoridades locais e com as autoridades em Portugal é “normal” e que há disponibilidade “uns para os outros, no específico da cada missão”.
O padre José Barroso reside na cidade de Zurique, é natural de Vila Nova de Famalicão, em Braga, e decidiu viver na Suíça quando abriu uma vaga para padre missionário.
“A Igreja suíça notificou o nosso coordenador, que, por sua vez, notificou os bispos portugueses, e o meu bispo perguntou-me e eu aceitei”, reforçou este religioso, que vive na Suíça há 15 anos e se auto classifica como “uma pessoa que procura viver a radicalidade da mensagem de Cristo”.