Rui Nogueira, o conceituado cineasta português, vai ser homenageado em Genebra no dia 19 de junho.
Numa mesa-redonda organizada pela Cônsul de Portugal em Genebra, Leonor Esteves, será apresentada a vida e obra do cineasta com participações dos convidados no que espera ser uma valiosa manifestação de intercâmbio cultural e geracional. O local será no Restaurante Vicolo 39, em Carouge.
Nascido no Porto, em 1938, atravessou uma guerra mundial sem quase se dar conta, muito pequeno foi com a mãe ter com o pai em Moçambique onde se deu o seu despertar para a sétima arte que o transportou nesse mundo maravilhoso vida fora. Preso pelo regime de Salazar, dele se libertou quando fugiu para Paris onde começou a escrever para revistas e mais tarde foi trabalhar com Henri Langlois na Cinemateca Francesa durante dois anos.
Radicado em Genebra, diretor do CAC -Voltaire 33 anos, autor de livros, grande apaixonado pelo cinema, aos 87 anos mantém a lucidez e a chama da sétima arte dentro de si. Cineasta sem ter realizado nenhum filme por, diz ele, não ter paciência para dirigir, a sua paixão era programar, alinhar, escolher os filmes. Assim o fez em Genebra, onde deixou um trabalho notável ao longo de 3 décadas.
Em relação ao cinema português, durante dois anos, de 1974 a 1976, ocupou-se da difusão e promoção do cinema português no mundo, período onde o cinema português arrecadou cerca de 20 prémios. Trabalhou com grandes nomes do cinema português, Manoel de Oliveira, João Botelho, Eduardo Geada, entre outros.
Colecionador de obras cinematográficas, doou 1800 obras à Cinemateca Suíça, em Lausanne Bastantes obras-primas que foi comprando com o seu dinheiro e que podiam estar em Portugal, mas a Cinemateca Portuguesa nunca manifestou interesse.
Uma memória viva de 87 anos que podem ver e ouvir no próximo dia 14 de junho pelas 18h30 na Rádio Arremesso, em entrevista a esta figura ímpar da comunidade portuguesa.