O Gazeta Lusófona esteve em Lisboa a conversa com José Cesário, novo Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas.
Nesta nova passagem pelo governo de Portugal, Cesário ressaltou que “estamos a trabalhar com toda a determinação, com muito otimismo, pois este lugar é muito importante, temos milhões de portugueses que vivem fora do país e sei bem a minha responsabilidade”.
“A nossa missão vai ser muito diversificada no plano das questões da cultura e da língua portuguesa, nas questões que abrangem a burocracia, os consulados, questões sociais, as questões da comunicação social, das redes de lusodescendente, das associações e, claro, questões de emergência consular e, portanto, nós estamos a agarrar todos esses problemas e vamos tentar encontrar soluções para eles em todas estas áreas”, disse este responsável, que tem experiência no parlamento português, tendo sido deputado desde 1983.
Sobre a relação com os quatro deputados eleitos pela imigração (dois do Chega, um do PS e outro da AD), Cesário afiançou que “vai ser a melhor possível. Já falei com todos e já lhes transmiti que estou à disposição para toda a colaboração. O objetivo é servirmos as comunidades e nisso nós nos vamos entender perfeitamente, não tenho dúvida nenhuma. Vou conversar com eles acerca dos nossos objetivos, daquilo que estamos já a trabalhar para procurar alterar aqui algumas políticas que estavam a ser seguidas relativamente aos portugueses que vivem fora de Portugal, portanto, vai haver uma relação muito normal com todos eles”.
“A situação é muito má”
No que toca às suas primeiras ações, Cesário, que cumprirá agenda internacional na Suíça nos próximos dias, diz estar a trabalhar a questão dos consulados, pois “sei que a situação é muito má, sei bem que os portugueses têm muita dificuldade de aceder às marcações, aos agendamentos dos mais variados atos consulados, sei bem que há vários consulados que estão extremamente degradados e, portanto, temos já um conjunto de medidas que estão a ser, neste momento, preparados, como a alteração do modelo de agendamento”, adiantando que, “nos postos consulares em que for possível, vamos ter um agendamento híbrido, conciliando o agendamento on-line, que está em vigor, com o agendamento por e-mail ou por telefone”, além da entrega de computadores para modernização informática e a abertura de 108 concursos para a área consular.
Este secretário de Estado refere ainda que haverá apoio ao movimento associativo e à comunicação social da Diáspora, além de existirem esforços para implementar o tão esperado voto eletrónico.
O Conselho da Comunidade Portuguesa (CCP) terá também, de acordo com José Cesário, “a devida atenção”, por ser um órgão de consulta do governo. “Sempre atribuí uma grande importância ao Conselho das Comunidades Portuguesas e espero poder contar com os conselheiros, que são verdadeiramente importantes para nos dar informações acerca do que se passa em cada país, em cada comunidade, nós não podemos contar só com as nossas fontes oficiais”, defendeu Cesário.