Novo ano, novos desafios, novos sonhos, novos desejos ou, simplesmente, continuar o ímpeto do ano anterior.
Numa sociedade cada vez mais consumista e menos humanizante, seguimos todos encarreirados pela vaga com que a tecnologia nos vai iunundando. Tecnologia a que chamam de “Inteligência Artificial” (IA) e que dizem ser o futuro. Não tenho dúvidas que será o futuro a curto prazo, de tal forma é a ganância de determinados individuos a nível mundial!
O Governo português entendeu iniciar aquilo a que chamou de “roteiro da Agenda Nacional de Inteligência Artificial”. Segundo a ministra da Juventude e Modernização, Margarida Balseiro Lopes, “Vamos começar ouvindo um grupo de peritos que convidámos para aquilo que é o comité de acompanhamento da Agenda Nacional de Inteligência Artificial”. Acrescentando que “Temos de ter a capacidade de envolver a administração pública, as empresas, a academia e, sobretudo, as pessoas, porque é para elas que as ações e a tecnologia servem” (Fonte “Observador”).
Também não tenho dúvidas que a tecnologia será para as pessoas. Aliás, a tecnologia tem sido a grande marca do desenvolvimento mundial nas últimas décadas, nos mais variados campos.
Todavia, “não há bela sem senão”, quando falamos na IA ao serviço da Academia fico um pouco incomodado, para não dizer assustado. Já fiz várias experiências, nas tais plataformas de IA, uma delas referida pelo citado ministério, e sempre que solicito um determinado texto com fontes históricas e credíveis, surge um chorrilho de asneiras e mentiras. O texto surge de tal forma convincente que qualquer um que não domine a matéria acaba por acreditar. Depois, respondo no “chat” à tal “IA” escrevendo-lhe que é mentira e “ela” pede desculpa e volta a apresentar mais erros evocando serem os corretos. Ora, como pode a IA estar ao serviço da Academia se existe muita matéria cuja Internet não usufruiu nas suas plataformas de pesquisa? A IA não será mais um caminho para seguirmos todos no sentido que alguém nos quer dar convencendo-nos ser o caminho certo?
A IA é “um pau de dois bicos”. Poderá ser útil em muitas áreas, mas na Academia existe um caminho muito grande que a IA não tem capacidade de fazer, como a pesquisa. “Ela” só nos dará aquilo que o humano lhe fornece. Já agora, como se justifica que uma determinada empresa tenha despedido 90% dos trabalhadores para os substituir por IA?
A dependência total da IA tem riscos. Ficamos subordinadas a quem a controla, sem pensarmos que um ataque cibernético global poderá ser o início do fim…
Adélio Amaro