› Maria dos Santos
O Núcleo das Boinas Verdes de Berna nasceu de uma amizade saudável através do tempo entre António Valdemar e Miguel Fernandes.
Frequentavam-se tão assiduamente que se tornaram cúmplices, em momentos cruciais da vida.
António, conhecido por Tony entre os amigos, tem no sangue o gene do associativismo e sempre sonhou em ter algo que o pudesse realizar neste contexto.
Paraquedistas estes dois grandes e corajosos senhores, convocaram em 2016 o primeiro jantar entre os paraquedistas residentes em terras helvéticas.
Contentes e felizes deram asas ao sonho e cada ano, sempre no primeiro fim de semana de Maio, convida-se amigos, familiares e todos os que apreciem este tipo de modalidade, que em tempos foi obrigatória, por opção militar e que hoje recordam quando se juntam de uma forma nostálgica mas plena de regozijo. O primeiro jantar contou com uma mão cheia de elementos, este acabado de realizar juntou cerca de 190.
Foi a seis de Maio que o Grupo Desportivo e Cultural Português de Lenzburg acolheu o 7.° encontro.
Uma tarde feita de troca de lembranças. Conversava-se aqui e ali dos anos em que tiveram que fazer a formação, obedecer a todas as normas e executarem o que jamais imaginaram, mesmo em sonhos macabros.
No entanto, mais do que um afirmou que voltaria a fazer o mesmo trajecto militar.
A tarde continuou com uma formatura executada sob a voz imponente de António Valdemar, entre passos feitos de forma exemplar e cânticos que encheram a rua, e o céu de alegria. Mais do que um, sentiu a pele a arrepiar e os olhos brilharam em sinônimo de alegria com aquela lágrima que teimosamente quer manifestar-se. Curiosamente informo que o cancioneiro popular portugues tem essas músicas dedicadas aos que exploram o céu como nós exploramos a terra.
Seguiram-se os jogos, de morrer a rir. A diversão foi total e ninguém arredou pé. Rompemos todos muitas vezes em aplausos sob um tempo que ameaçava chover.
Sob a ordem de quem organizou, regressamos ao interior das instalações e ali começou a festa com a serenidade exigida.
Uma sala decorada com um verdadeiro paraquedas, que muitos quiseram tocar, manequins rigorosamente trajados, muitos utensílios militares inerentes aos paraquedistas, e nas mesas os setes eram também alusivos a esta ordem militar. Excelente visão decorativa.
Em pose de respeito, ouvimos a sentida e merecida homenagem a quem faleceu ao serviço à Pátria. O hino aos mortos tocou sob um silêncio aterrador de quem sente a perda. A seguir e ainda todos de pé, tocou o nosso hino nacional. Que momento prazeroso, obrigado por serem capazes de naquela sala com mais de duzentas pessoas, fazerem sentir que a alma pode ser tocada, quando estamos envoltos na atmosfera compatível.
Um obrigada aos motards paraquedistas que marcaram presença neste evento, colaborando e aplaudindo.
O jantar foi servido com as nossas iguarias sob um buffet muito bem preparado. Tudo estava com sabor apurado.
A entrega dos diplomas, elaborados pelo Tony foi um momento chave neste serão. Não faltaram sorrisos na recolha e todos regressaram ao lugar com a convicção de que uma vez mais mereceu a pena fazer parte desta família e deste sétimo encontro.
A actual gerência do G.D.C.P.L. na pessoa de Filipe Fonseca recebeu também um Diploma que certifica a passagem deste singular evento na Tertúlia.
Por fim a notícia menos esperada saída da voz firme que chegava a todos através do microfone. Não haverá mais um jantar organizado pelo Núcleo, mas sim no próximo ano será a Associação que nasceu e que irá dar seguimento a estes homens paraquedistas residentes na Suíça. Desejamos as maiores felicidades e conquistas.
Entre muita animação, todos esqueceram a fadiga e num fechar de olhos o Duo Jackpot conseguiu por todos a dançar até altas horas da manhã de domingo.
Regressamos a casa com o sentido de missão cumprida.