› Adélio Amaro
Marco Sousa começou a tocar clarinete com apenas seis anos, com o seu pai. Iniciou os seus estudos na escola de música da Banda Musical de Melres, e posteriormente no Conservatório de Música do Porto com os professores Iva Barbosa e Ricardo Alves.
Licenciou-se pela Universidade de Aveiro na classe do professor Luís Carvalho.
Ao longo da sua carreira obteve várias distinções, das quais se destacam o 1.º prémio no “Concurso Nacional Jovens Clarinetistas ClarMeet21”, o 3.º prémio “Città di Fano International Music Competition 2022”, Itália, o 1.º prémio “Concurso Luso-Espanhol de Fafe (2012)”, o 3.º lugar no “Prémio Frederico Freitas/UA (2018)”, assim como semifinalista no “Concurso Internacional Saverio Mercadante, Itália (2020)”, semifinalista “Cluj International Music Competition”, Roménia (2021) e semifinalista no “Prix Credit Suisse Jeunes Solistes 2022”, Suíça.
Procurando, constantemente, aprimorar o seu trabalho, levou-o a frequentar masterclasses com clarinetistas de renome como: Arno Piters, Julien Hervé, Corrado Giuffredi, Alain Damiens, Enrique Pérez Piquer, António Saiote, Sauro Berti, Eddy Vanoosthuyse, Nuno Pinto, Jordi Pons, Paolo Beltramini, entre outros.
Colabora regularmente com a Orquestra FIlarmonia das Beiras, a United Soloists
Orchestra, a Schweizer Jugend-Sinfonie Orchester, a Orchestra del Teatro Olimpico di Vicenza, a Banda Sinfónica Portuguesa, a Ticino Musica Opera Studio, a Orquestra Sinfónica do Conservatorio della Svizzera Italiana, a Ensemble 900Presente, entre outras.
Foi para a Suíça aos 23 anos com o objetivo de prosseguir os seus estudos no “Conservatorio della Svizzera Italiana” com o conceituado professor François Benda. Ele já formou vários clarinetistas de renome mundial, alguns deles portugueses. Concluiu o mestrado em Performance musical no ano passado e neste momento frequenta o Mestrado em Pedagogia. Vive, atualmente, em Lugano, no cantão Ticino e gosta “muito de viver aqui, esta cidade é um misto de culturas. Aqui fala-se italiano, tem uma cultura mais mediterrânea, mas com tudo o que a Suíça pode oferecer. É uma cidade muito tranquila e que está a crescer culturalmente”, confessou Marco Sousa ao Gazeta Lusófona.
Natural de Melres, concelho de Gondomar, aí começou a dar os seus primeiros passos na música. A sua paixão começou com o seu pai, que era clarinetista amador na Banda Musical de Melres: “ele incutiu-me o gosto pela música e comecei com seis anos a dar as primeiras notas. Aos nove anos entrei na Banda Musical de Melres e mais tarde ingressei no Conservatório de Música do Porto na classe da professora Iva Barbosa. A banda foi essencial na minha carreira, aí aprendi valores essenciais e lidei com todo o tipo de pessoas, desde músicos profissionais no ativo até ao músico mais amador com pouca formação musical. Aí não há diferenças, vestimos todos a mesma farda. No conservatório tudo começou a ser mais sério, aí percebi que a música iria fazer parte da minha vida”, confidenciou-nos Marco Sousa.
Atualmente divide a sua carreira artística entre Portugal e a Suíça. Nestes últimos tempos tem colaborado com a Banda Sinfónica Portuguesa e com a Orquestra Filarmonia das Beiras.
Contudo, também é professor de música e tem “contrato com uma escola aqui perto de Lugano, dou aulas privadas e às vezes sou chamado como professor substituto na Scuola di Musica do Conservatorio della Svizzera Italiana, onde ensino jovens até aos dezoito anos”, explicou-nos.
Na Suíça já colaborou com a Orquestra Jovem Suíça (SJSO), onde teve a oportunidade de tocar nas principais salas de concerto do país, Opera Studio do festival TicinoMusica. No último ano também tocou com a Orchestra del Teatro Olimpico di Vicenza, em Itália. Para além destes projetos, “mantenho-me ativo no ramo da música de câmara. Neste momento tenho um trio com violoncelo e piano e um outro projeto com dois músicos/amigos portugueses, um trio de clarinetes e iremos ter o primeiro concerto no próximo dia 25 de fevereiro em Zurique”, adiantou Marco Sousa ao Gazeta Lusófona.
O clarinetista procura, a curto prazo, conseguir um contrato com uma orquestra profissional. Para tal, tem feito várias audições, tanto na Suíça como noutros países, “onde tenho atingido algumas finais, mas infelizmente ainda não chegou a minha vez. Sei que esta área é extremamente competitiva e isso dá-me mais força para ser cada dia melhor”, segredou-nos.
Sonha em consolidar uma carreira de músico de orquestra, tocar nas salas mais importantes e “a um nível de excelência é sem dúvida o meu maior sonho, estou a trabalhar para isso”, disse Marco Sousa.
Para o músico existem mais oportunidade na Suíça que em Portugal, “sem as ajudas de algumas fundações seria impossível para mim viver e estudar na Suíça, este apoio sem dúvida que foi fundamental. Acho também que aqui existe uma cultura diferente no que toca a assistir a concertos de música erudita. A verdade é que é um país com mais possibilidades a nível financeiro o que permite às pessoas assistirem a mais concertos, e a ajudar os jovens músicos com bolsas de estudo. Apesar disto, acho que a mentalidade portuguesa está a mudar, com os jovens que vêm para fora e voltam com ideias inovadoras. Eu quero ser um desses jovens, quero voltar ao meu país e ser membro ativo da cultura em Portugal”, confidenciou Marco Sousa.
Contudo, acredita que o seu belo percurso, laureado em uma dezena de concursos, tanto em Portugal como no estrangeiro, foi possível porque saiu do país e conseguiu abrir os seus horizontes e “lidar de perto com os melhores da minha área. Sou ainda jovem e tenho muitas referências, principalmente músicos portugueses que singraram fora do nosso país. Sinto que o caminho ainda é longo, mas é isso o que mais me motiva”, explanou Marco Sousa.