Abel Duarte Verdelho Fava tem 46 anos, é natural da Cova da Piedade, Portugal. Tem família no Alentejo. Vive na Suíça, em Wohlenschwil AG, onde trabalha como electricista na Empresa Kneuss. Tem dois filhos. O Luis, com 24 anos, que terminou no ano passado o Mestrado em Engenharia Eletrotécnica e Programação, e o Duarte, que está no segundo ano de Osteopatia no Porto. “São o meu maior amor e orgulho”.
Na Suíça, orgulha-se por “fazer o meu trabalho durante a semana e, aos fins de semana, vou fazendo os meus espectáculos nas associações portuguesas, o que me ajuda bastante a apaziguar a saudade do nosso cantinho”.
Sobre viver na Suíça, Abel reforça que é uma boa oportunidade, pois o país “proporciona-nos uma qualidade de vida acima da média. Apesar dos encargos também serem elevados conseguimos uma estabilidade financeira que em Portugal é muito difícil. As casas são muito confortáveis e todas as infraestruturas e rodovias estão muito bem cuidadas. É um país lindíssimo, com uma beleza natural infindável apaixonando qualquer um”.
O facto de conviver com a comunidade portuguesa na Suíça, possibilita Abel a apaziguar a saudade.
“Foi com a minha convivência com a comunidade portuguesa que a minha integração não foi tão difícil”, confessou Abel, que disse que foi bem recebido no país e que “as mais variadas culturas existentes me tratam super bem”.
“A Suíça é um país multicultural com várias culturas bem enraizadas”, frisou.
Este cidadão português frequenta as associações portuguesas “todos os fins de semana, seja a cantar como também pela nossa gastronomia”.
Para matar as saudades de Portugal, visita o país sempre que pode.
“Graças a Deus hoje podemos viajar facilmente. E quando não posso ir vou até às nossas associações”, comentou Abel, que chegou à Suíça sozinho, tendo contado com “bons amigos que me ajudaram na integração no país seja na parte da legalização como na parte social”.
Pensa em voltar a viver em Portugal algum dia, mas sem prazo, “também porque estou a gostar do que faço, mas um dos meus objetivos, a médio prazo, é o regresso a Portugal”.
Na Suíça conquistou “uma palavra forte”, mas “posso afirmar que aqui na Suíça podemos tornar as nossas metas e objetivos mais facilmente tangíveis”.
“A Suíça é um país muito bem organizado que, não sendo dos países com muita matéria prima, consegue ser dos países com o PIB mais elevado. Portugal é um país com um potencial enorme em vários setores, mas está subvalorizado”, avançou Abel, que avalia que a Suíça “foi e continua a ser o melhor país para se emigrar”.
Sobre o futuro, diz esperar “alcançar todas as minhas metas e objetivos aos quais me propus”.
“A vida que faço na Suíça não é muito diferente do que a que fazia em Portugal. E a maior diferença está mesmo na cultura e na organização de cada país. (…) O alemão não é nada fácil, mas tenho superado essa dificuldade pouco a pouco. Um dos meus intuitos é aprender a escrever e a falar fluentemente o alemão”, referiu o nosso entrevistado, que confessa que o coração do imigrante português na Suíça vive “um pouco apertado por estar longe da família”.
“Sei que existem muitos momentos que não os vou recuperar”, finalizou.
Ígor Lopes