Segunda etapa: Salema – Sagres (19,5 km em 5 horas 30):
Lagos – Aljezur – cerca de 120 km
Certamente é a etapa mais quente e com mais praias deste trilho até Aljezur. O Algarve no seu esplendor, caminhando sempre no Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina (PNSACV). Praias, só praias, sem quase ninguém. Uma das partes mais selvagens e sem grandes ondas. Pequenas e maravilhosas praias para banhistas que gostam de intimidade. Às vezes partes de praia reservadas ao naturismo.
Admirei a praia das Furnas, depois a praia do Zavial, com paragem obrigatória no restaurante Sebastião situado na praia da Ingrina, antes de chegar em Sagres.
Praia com gruta – praia perdida sem nome, assim é melhor
Foi uma descoberta. Uma pequena praia. Longe de tudo e de todos. Nas falésias ao longe da praia havia mesmo uma gruta. Facilmente podia-se ficar cá a dormir. Um verdadeiro paraíso. Mas o sítio era tão encantador que ficar era quase um pecado. Ver, admirar, contemplar, não deixar marca da sua passagem e ir embora. Frente a belezas tão grandes é preciso ter muito humildade. A preocupação era deixar o sítio tal e qual para os outros apreciar. Uma joia de praia a admirar para quem fizer a rota Vicentina a pé. Mas sobretudo não desvendar o nome.
Restaurante Sebastião – uma paragem gastronómica
Este restaurante é idealmente situado entre Salema e Sagres. Uma paragem obrigatória para provar um peixe grelhado ou uma outra especialidade. Infelizmente a praia já não é tão bonita como antigamente, em razão da invasão de algas verdes.
Biodiversidade
“O Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina ocupa uma faixa estreita do litoral, nas regiões do Algarve e Alentejo, numa extensão de 110 km e com uma área total de cerca de 131 000 ha.
Uma flora enriquecida por vários endemismos e de uma fauna em que a avifauna e ictiofauna detêm um papel importante no maior parque marinho de toda a costa continental. Dada a importância da sua biodiversidade e variedade de habitats, em 2011 foi criado o Parque Marinho do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina.
Este parque encontra-se no extremo sudoeste de Portugal, da Península Ibérica e da Europa. A essa sua particularidade geográfica, somou-se a ausência de bons portos naturais e a escassez de investimentos em infraestruturas de transportes, o que criou um enorme isolamento e manteve até muito tarde, nesta região, os modos de vida tradicionais. A avifauna é rica e diversificada em toda a área do Parque Natural. Dela se podem destacar espécies como o corvo-marinho, o falcão-peregrino, a gralha-de-bico-vermelho, a águia-de-bonelli, o guincho ou a águia-pesqueira, entre muitas outro.” Fonte www.visitalgarve.pt
Forte de Vera Cruz da Figueira
Não se sabe ao certo a data de construção deste antigo dispositivo militar, tendo ocorrido seguramente depois de 1640, possivelmente durante o reinado de D. João IV. Possuía, além dos aquartelamentos, duas baterias, uma alta e uma baixa, onde se dispunha a artilharia, normalmente composta por 4 bocas de fogo.
Sagres e o Príncipe D. Henrique, O Navegador
Mais conhecido como o Infante Dom Henrique, 1394-1460, ele é a figura mais importante de Sagres. O promontório “sacro”, os Descobrimentos, as caravelas, tudo isso evoca a grandeza e a importância de Sagres na história portuguesa.
O Navegador reuniu um grupo de especialistas em cartografia, navegação, astronomia, matemática e fabricantes de naus. Ele incumbiu os especialistas de conceberem um novo tipo de nau, que pudesse navegar a favor e contra o vento. A solução foi um tipo de embarcação de pesca portuguesa: a caravela com vela latina.
Foi ele que conquistou a cidade de Ceuta, no norte de África, patrocinou viagens de exploração com o objetivo de estabelecer colónias no Atlântico Norte e África Ocidental, e iniciou o envolvimento português no comércio esclavagista. O Infante D. Henrique usou Ceuta como base para os seus ataques periódicos às povoações muçulmanas ao longo da costa. O início de uma história que “lançou” Portugal para o mundo.
Praias e mais praias – “deixa apenas pegadas e saudades”
Dá vontade de voltar mas só para aproveitar das praias. Pouca gente. Salema até Sagres, certamente a melhor parte do Algarve para apreciar a pé, mas sobretudo com muito respeito.
«Não herdámos a Terra dos nossos pais, pedimo-la emprestada aos nossos filhos»
A destacar:
Fortaleza de Sagres
Originária do século XV está classificada como monumento nacional. A visitar a Igreja de N. Sr. Da Graça que foi construída sobre as fundações da primitiva Igreja de Sta. Maria fundada pelo infante D. Henrique. Com uma paisagem fabulosa que inclui falésias que em alguns locais chegam aos 80 metros.
Restaurante do Sebastião
Praia da Ingrina
8650-403 Ingrina
282 639 034
Uma cozinha simples, mas um sítio maravilhoso. É obrigatório comer peixe grelhado, dourada ou robalo. Frente à praia, no terraço apreciar a vida. E também falar com o dono que tem muito que contar. Não se esquecer de entrar no estabelecimento e admirar as fotografias do tempo passado. Um restaurante familiar e simpático.
A agência André Tours em Lisboa
www.andretours.pt
Tive a sorte de escolher uma agência portuguesa que teve uma atenção muito especial e me acompanhou da melhor maneira para organizar esta viagem. A agência André Tours em Lisboa esteve sempre ao meu lado para resolver todos os tipos de questões. Correu tudo às mil maravilhas: a qualidade dos alojamentos, as transferências das bagagens. O profissionalismo da sua funcionária Vanessa permitiu de viajar descansado e desfrutar desta viagem da melhor maneira.
Clément Puippe (texto e fotografias)
cp@netplus.ch





