A InovCluster – Associação do Cluster Agroindustrial do Centro iniciou um novo ciclo institucional com a tomada de posse dos seus Órgãos Sociais para o quadriénio 2025–2028, numa cerimónia que decorreu no passado dia 11 de julho, na Incubadora Industrial da Zona Industrial de Castelo Branco, Interior de Portugal.
O momento simbólico “traduz o compromisso renovado da associação com a promoção da inovação, do empreendedorismo e da cooperação estratégica entre empresas, entidades do sistema científico e tecnológico e instituições públicas e privadas”. No campo da internacionalização das empresas do Interior português, estão Suíça, Brasil, Dubai e Canadá, além de outros países europeus.
O programa contou com a participação de convidados institucionais, nomeadamente Leopoldo Rodrigues, presidente da Câmara Municipal de Castelo Branco; José Vale, diretor da Direção de Empreendedorismo e Inovação da Agência para a Competitividade e Inovação, I.P. (IAPMEI), e Isabel Damasceno, presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC), entre outros nomes.
Em entrevista à nossa reportagem, Leopoldo Rodrigues enfatizou a importância da Inovcluster para o desenvolvimento da região.
“É muito importante. A Inovcluster foi fundada em 2009, ao longo deste tempo tem feito um extraordinário trabalho, com muita competência e que resulta daquilo que são os seus quadros e também daquilo que tem sido as suas direções. É um trabalho de aproximação às empresas, um trabalho de inovação junto das empresas e é um trabalho que valoriza o que essas mesmas empresas fazem. A Inovcluster só se afirma e só tem sentido, obviamente, se trabalhar em proximidade com as empresas e se trabalhar em proximidade com as instituições do ensino superior que fazem investigação e colocam essa investigação depois ao nível e ao conhecimento naquilo que são as dinâmicas e a melhoria dos produtos que vendemos. Existe esse papel de agregar o conhecimento à produção agrícola e industrial ligada à agricultura”, defendeu o autarca castrense.
Na opinião de Patrícia Coelho, vereadora na Câmara Municipal de Castelo Branco e presidente da direção da Inovcluster, o futuro da entidade passa também por olhar para outros mercados fora da Europa.
“Temos primeiro de arrumar o passado, porque foi um passado duro que não nos permitiu alcançar determinados objetivos que teriam sido muito interessantes. Agora é tempo de abraçar projetos novos de internacionalização, não só europeia, mas para além da Europa. O Cluster está numa posição, neste momento, estratégica, até com esta integração deste projeto recentemente aprovado dos Clusters europeus. O que se pretende agora é poder dar aos nossos associados a oportunidade da internacionalização nas várias vertentes do setor agroalimentar que está com uma dinâmica exponencial e que os tempos hoje exigem, na descarbonização, na digitalização, na transformação e nos novos produtos”, mencionou Patrícia Coelho, que revelou que os cenários geográficos internacionais que têm tido mais relevância nas conversações por parte da Inovcluster são Suíça, Brasil, Dubai e Canadá.
“Mas gostaríamos de abrir mais as portas e também aumentar no nosso Cluster o número de associados internacionais. Este é um dos objetivos. Já existe essa abertura hoje para quem queira, mas ainda não conseguimos, porém, é um objetivo efetivamente bem claro para nós, o que permitirá essas empresas internacionais investirem na região. Trazer empresas de fora de Portugal e de fora da Europa para a Inovcluster vai fazer com que consigamos implementar essas empresas no território local, regional e nacional, naturalmente com o foco muito na região Centro do país, onde estamos localizados”, referiu a presidente da Direção, que sublinhou que a entidade tem hoje associados de norte a sul de Portugal, incluindo as ilhas.
Christelle Domingos, diretora executiva da InovCluster, não esconde que uma das principais ações nos últimos tempos foi apostar na internacionalização das empresas da região, mas também atrair investimentos estrangeiros para o Centro de Portugal.
“Desde a génese da Inovcluster tem-se trabalhado com muito afinco e com muito foco a questão da internacionalização, apoiamos as empresas portuguesas que pretendem alargar horizontes e entrar em novos mercados. Temos feito esse trabalho de forma muito próxima, através da participação em feiras internacionais, missões empresariais, através também de reuniões B2B no exterior e vamos ter também uma reunião, um grande evento, o AGRIBUSINESS, em outubro para trazer também importadores externos de mercados estratégicos a Portugal para poderem falar e conectar-se com empresas portuguesas. Não obstante, também fazemos o inverso e temos estado com muita atenção neste movimento inverso, isto é, conseguir captar investimento e atrair para o nosso território nacional empresas que queiram instalar-se aqui na Europa”, comentou esta diretora executiva, que diz estar ciente de que muitas empresas enxergam Portugal pela sua “localização geográfica estratégica” e como “porta de entrada para a Europa”, sobretudo os mercados do “Brasil e da América do Norte”.
“Temos feito isso com alguma atenção e muito em particular junto de empresários do mercado do Brasil. Acreditamos que a procura tem sido muita e que o nosso trabalho irá afirmar-se de forma mais consolidada nos próximos anos a esse nível”, disse Christelle Domingos, ao recordar que, “na perspetiva de atração de investimento para o território, temos estado a trabalhar com muita proximidade com o município de Castelo Branco, por meio da iniciativa INVEST CB”, o que leva a entidade a estar presente em eventos estratégicos internacionais, como a FIN Brasil, no Estado de Santa Catarina, “onde estivemos a criar ligações com empresários locais para dar a conhecer efetivamente as potencialidades deste mercado, mas também a fazer conexões para podermos disseminar junto aos nossos associados”.
“Trabalhamos nos dois sentidos para, de facto, afirmar estas conexões internacionais”, atestou.
Ígor Lopes