› Adélio Amaro, diretor
Comemorado a 8 de março, o Dia Internacional da Mulher é assinalado desde o início do século XX, nem sempre no mesmo dia. A ONU – Organização das Nações Unidas – em 1975, estabeleceu o dia 8 de março como o Dia Internacional da Mulher.
No entanto, só a 16 de dezembro de 1977 é que seria oficialmente reconhecido pela Assembleia Geral da ONU (Resolução 32/142).
É um Dia relevantemente simbólico, mas preenchido de causas. Com este Dia pretende-se celebrar os direitos que as mulheres conquistaram ao longo dos tempos e salientar a importância do caminho para a igualdade, como o direito ao voto, a igualdade salarial, a maior representação em cargos de liderança, a proteção em situações de violência, seja ela física ou psicológica, entre outros. Muitos destes direitos, em vários locais do mundo, continuam por cumprir.
Para 2024 foi lançado o tema “Investir nas mulheres: Acelerar o progresso”, como tónico para a importância da igualdade de género, da capacitação das mulheres e dos seus direitos a vidas mais saudáveis.
Também a Comissão Europeia lançou a “Estratégia para a Igualdade de Género 2020-2025”. Esta Estratégia recomenda “uma Europa em que mulheres e homens, raparigas e rapazes, em toda a sua diversidade, sejam iguais e livres de seguir o caminho de vida que escolherem, tenham as mesmas oportunidades de realizarem o seu potencial e possam participar na nossa sociedade europeia e dirigi-la, em igualdade de circunstâncias”.
A verdade é que, em pleno século XXI, duas décadas passadas, muitas mulheres continuam a ser vítimas de violência física (grande parte sexual) e psicológica. Se tivermos em conta as percentagens, ficamos assustados ao ter em conta que cerca de 33% das mulheres na União Europeia (EU) foram vítimas de violência física e/ou sexual, 22% das mulheres na União Europeia foram vítimas de violência familiar e 55% das mulheres na EU foram vítimas de assédio sexual.
A Comissão Europeia divulgou, ainda, que na EU as mulheres ganham, em média, 16% menos por hora do que os homens. Apenas 67% das mulheres na EU têm emprego, em comparação com 78% dos homens. Em média, as pensões das mulheres são 30,1% inferiores às dos homens e 75% das tarefas domésticas e dos cuidados não remunerados são efetuados por mulheres.
A mesma divulgação da Comissão Europeia, apresentada pela presidente Ursula von der Leyen, revela que apenas 7,5% dos presidentes dos conselhos de administração e 7,7% dos diretores executivos são mulheres. Apenas 22% dos programadores do domínio da inteligência artificial são mulheres e 39% dos deputados ao Parlamento Europeu são mulheres!
Segundo Ursula von der Leyen, para alterar esta situação, serão tomadas medidas concretas tendo em consideração a melhoria do equilíbrio entre homens e mulheres em cargos de decisão, incluindo nos conselhos de administração das empresas e na política, assim como, fomentar uma participação mais equilibrada das mulheres e dos homens em todos os setores de atividade para uma maior diversidade no local de trabalho.