› Ígor Lopes
O casal luso-brasileiro Silvana Lopes Gomes, de 50 anos de idade, e Nuno Cardoso Gomes, de 44 anos, que vive na Suíça há 20 anos, vão levar adiante mais uma missão humanitária à Ucrânia.
Residentes no cantão de Argau, este casal é conhecido na Suíça por ter fundado o movimento humanitário “Let’s Help Ukraine” com o objetivo de “aliviar o sofrimento do povo ucraniano”. Mais de 40 viagens entre a Suíça e a Ucrânia já foram realizadas pelo casal, que está prestes a iniciar uma nova jornada, desta vez, com o espírito de Natal na bagagem.
A ideia é iniciar a viagem ao país em conflito no dia 6 de dezembro, de madrugada. Duas viaturas e um atrelado levarão 2.250 quilos de alimentos, além de roupas de inverno, calçados para adultos e crianças e cobertores.
“Este será o tour 41 e vamos para a região de Kiev”, disse Silvana Gomes, brasileira. Hoje, o desafio é conseguir pagar o combustível necessário.
“Eu vou conseguir o dinheiro para os dois depósitos. Não vai ser isso que me vai parar”, afirmou.
Através de peditórios on-line, lives com mais de 90 horas de duração e a ajuda da comunidade brasileira e portuguesa residente no país helvético, foi possível recolher doações como roupas, medicamentos e alimentos. O casal revela que já percorreu mais de 200 mil quilómetros entre a sua casa e a Ucrânia, durante as viagens feitas ao país para ajudar quem mais precisa.
Dentre prédios destruídos, lares desfeitos, ruas abandonadas, Silvana e Nuno encontraram o sorriso das crianças nos orfanatos que receberam parte das doações nas últimas viagens. As famílias que resistem no país, por não terem como deixar a sua terra, agradecem com um olhar de esperança, de alguém que vê a ajuda chegar do estrangeiro, em outro idioma, mas com um sentimento genuíno de amor ao próximo. Os mais velhos precisam de atenção também. Numa dessas viagens, Silvana revela que foi possível ajudar uma senhora idosa que tinha problemas graves estruturais na sua casa, devido à queda de um míssil próximo à sua habitação.
Nem mesmo os locais que foram bombardeados escapam do mapa dos territórios a visitar por este casal, como Kharkiv, Chernihiv, Kherson, Kiev, Lviv, Mariupol, Ternopil, Uzhhorod e Lutsk.
“Em outros locais não podemos entrar, se não, não conseguimos sair, mas visitamos praticamente todas as zonas bombardeadas. Já fizemos muita coisa naquele país”, reforçou Silvana.
Somente em 2022, este casal realizou 32 missões com ajuda humanitária à Ucrânia, tendo assistido, mensalmente, 100 famílias, 280 residentes em orfanatos, três centros de refugiados e instituições públicas, assim como doou 11 geradores de eletricidade, no total. Em 2023, o trabalho continua intenso. Um exemplo de afeto e preocupação com o futuro da humanidade, pelo menos de parte dela.
Informações sobre as ações desta associação podem ser consultadas em www.letshelpukraine.ch