› Ígor Lopes
António Joaquim Gaspar Martins tem 63 anos de idade, é natural de Cerva, em Vila Real, Portugal, e é presidente do Rancho Folclórico de Basel. Tem família em Vila Real, Porto, Lisboa e em outras zonas do país. Vive na Suíça há 36 anos, hoje, em Basel Land, e diz estar satisfeito com as oportunidades que tem recebido no país.
“Viver na Suíça é bom tanto em termos laborais, pois a remuneração é melhor, como em termos de segurança. No geral, gosto de viver na Suíça. Não gosto tanto do clima, mas não é culpa da Suíça”, disse António Martins, que sublinhou que convive com a comunidade portuguesa na Suíça, país onde reside com a sua esposa. Tem dois filhos que vivem em Portugal.
Sobre Portugal, António, que diz pensar voltar a viver no país no futuro, confessa que é uma nação que significa “tudo” para si, “independentemente da situação em que estamos, tanto económica como política. O país é tudo para mim. Tenho amor por Portugal e tenho muito orgulho em ser português, tenho orgulho do nosso passado”.
Trabalha há 31 anos no Hospital Universitário de Basel, onde é membro de uma equipa de transporte de doentes. No início, o facto de falar francês “razoavelmente” ajudou a que a língua estrangeira não fosse um problema na adaptação.
Em relação ao coração do imigrante quando está longe de Portugal, António é enfático.
“Depende do tipo de imigrante. Temos os jovens que se formaram e saíram de Portugal, desde enfermeiros, médicos, etc. que conheço no hospital em que trabalho. Em Portugal, não tiveram condições salariais e de trabalho, por isso, optaram por mudar para a Suíça por uma necessidade económica. Esses jovens têm uma visão de Portugal frustrante, pois tiveram de sair do seu país porque não lhes dava condições para viver. Na Suíça, esses jovens integram-se muito bem, já dominam a língua, têm outra visão do mundo, do país, têm outros conhecimentos, outras culturas. Algo que a maioria das pessoas que vieram há um tempo atrás não tem”, finalizou António Martins.