Se os portugueses e lusodescendentes que vivem na Suíça aguardam as férias de Verão para visitarem Portugal, o contrário também acontece. Muitos portugueses que residem em território nacional português escolhem as cidades suíças para desfrutarem os dias de férias ao lado da família e dos amigos.
O Gazeta Lusófona conversou com uma família portuguesa que fez as malas e passou alguns dias de agosto no país helvético, deixando para trás a grande movimentação turística vivida nesta altura em Portugal.
Este ano, e pela segunda vez, Miguel Salgueiro Meira esteve com a família nas cidades de Genebra e de Berna e confessa que reviveu as emoções da última viagem.
“Tal como na primeira vez na Suíça, há dez anos, e também em Genebra e Berna, tive as mesmas boas impressões”, disse Miguel.
“Genebra, uma cidade cosmopolita, onde encontramos gente de inúmeras nacionalidades. Sem dificuldade, ouvimos a cada passo falar português na rua ou em alguns comércios em que entramos. Não admira que os portugueses que trabalham na Suíça gostem de estar no país. Genebra é uma cidade bonita, banhada pelo tranquilo Lago Leman, onde os barcos dão glamour à cidade”, confessou este turista português, que avançou que todos os lusitanos com os quais conversou na Suíça disseram estar “felizes e que estão há mais de 10 anos nessa nação”.
Já Berna, a capital, é, segundo este português, “uma cidade menor, mas muito encantadora, marcadamente mais germânica, quando comparada a Genebra. Embora não com tanta frequência, também ouvi falar português nas ruas, fruto da nossa diáspora que se espalhou pela confederação Helvética e que, sem esquecer o nosso país, traz um pouco do nosso Portugal para outras paragens”.
Miguel Meira recorda que abordou um jovem de cerca de 30 anos, natural de Braga, e que trabalha na Suíça há cerca de dez anos na restauração e conversou com outro senhor, já na casa dos 50 anos, natural de Vilar Formoso, e que também está na Suíça há mais de uma década e trabalha na área da restauração.
“Os rostos de ambos espelham alegria e felicidade e brindam-nos com o calor e simpatia característica dos portugueses”, disse Miguel Meira, que, em solo suíço, conseguiu deixar o fato para trás, pelo menos por alguns dias.
Miguel Salgueiro Meira é residente no Alto Minho, trabalha na área do direito e é candidato à presidência do Conselho Fiscal da Ordem dos Advogados portugueses para o mandato 2023-2025, nas eleições que terão lugar em novembro deste ano.
Segundo este responsável, “a advocacia atravessa em Portugal momentos muito difíceis, quer na sua afirmação junto do poder governamental e legislativo, quer na defesa do seu prestígio junto da sociedade portuguesa. (…) Muitos colegas lutam hoje pela sua própria sobrevivência e pela sobrevivência dos seus escritórios. A crise pandémica veio agravar as dificuldades económicas do país e, consequentemente, também a dos advogados”.
Miguel Meira destaca ainda que “a guerra que neste momento se vive na Europa tem já e continuará a ter um impacto significativo nos custos de vida dos cidadãos, nomeadamente dos advogados e seus clientes e que é, por isso, imperioso um rigoroso controlo de custos e despesas, evitando o desperdício para alocar os recursos ao necessário. (…) Para exercer cabalmente estas funções, conto com a experiência que adquiri ao longo da minha vida profissional e das funções que exerci em diversos órgãos da nossa ordem, designadamente na Delegação de Viana do Castelo, no Conselho Geral e também no Conselho Fiscal”.
De regresso a Portugal, e já preparado para retornar à agitação do dia a dia, Miguel garante que outras localidades na Suíça continuam na lista de destinos turísticos da sua família.
Ígor Lopes