Sandra Cristina de Castro Couteiro Romano tem 43 anos de idade e é natural de Viana do Castelo, na região do Alto Minho, em Portugal. Hoje, Sandra vive em Muttenz, na Suíça. Conversamos com esta portuguesa sobre a sua vida neste país helvético.
Em que locais de Portugal tem família?
Em Viana do Castelo.
Como é a sua vida na Suíça?
A minha vida na Suíça é trabalhar, estar com a família mais chegada (marido, filhos, irmã, cunhado e sobrinhos) e organizar alguns eventos com o Rancho Folclórico de Basileia.
Como é viver na Suíça?
Mantendo uma certa rotina, a vida é sustentável e agradável, o custo de vida é muito alto, existem muitas regras e pouca liberdade, se se respeitar as regras vive-se em paz. Um exemplo: os suíços são muito precisos, rigorosos e sensíveis ao barulho a organização de festas e os convívios tornam-se, por vezes, difícil.
Em que trabalha na Suíça?
Trabalho num banco como especialista na área de empréstimos. Tenho uma excelente relação com os meus colegas de profissão e com os meus superiores (a maioria, suíços).
Convive com a comunidade portuguesa na Suíça?
Sim, faço parte da direção do Rancho Folclórico de Basileia, frequento a Missão Católica de Língua Portuguesa, por vezes, vou a restaurantes portugueses.
Como os portugueses são recebidos no país?
Os portugueses são bem recebidos na Suíça, se respeitarem as regras rigorosas do país.
Frequenta associações portuguesas?
Sim, estou na direção do Rancho Folclórico de Basileia.
Como consegue matar as saudades de Portugal?
Falando Português com a família e quando estou com portugueses, frequentando o Rancho Folclórico, representando Portugal em eventos suíços, lendo notícias de Portugal, consumindo produtos portugueses, ouvindo rádio portuguesa, visitando Portugal sempre que é possível.
Vive com a sua família?
Sim, com o meu marido e com os meus dois filhos.
Qual é o sentimento quando regressa a Portugal de férias?
De estar em casa.
Pensa em voltar a viver em Portugal algum dia?
Sim, espero um dia poder voltar a viver em Portugal.
O que conquistou na Suíça até agora?
Graças a Deus consegui aprender a língua, fiz uma aprendizagem e uma formação especializada para o sector onde trabalho, tenho um emprego razoável, casei e tenho dois filhos: o Messias (idade 17) e o Marco (idade 13).
O que a Suíça significa para si?
A Suíça para mim significa organização, o país aonde sabemos que tudo funciona certinho, um país rigoroso, mas muito estável, para mim, o único país para viver que só trocaria por Portugal.
Que imagem tem de Portugal?
Portugal é um país lindíssimo, com ricas tradições, bom clima e uma excelente gastronomia.
Como e por que foi viver na Suíça?
Antes do meu nascimento, os meus pais já eram emigrantes na suíça há alguns anos. O meu pai era marinheiro, vivíamos num apartamento num barco de uma empresa suíça, assim na altura de começar a escola primária, fui viver com os meus avós para Portugal, nessa altura, a minha irmã (nove anos mais velha) já vivia na mesma casa dos meus avós. Quando a minha irmã atingiu a maioridade emigrou para a Suíça, assim surgiu a oportunidade para voltar para a Suíça, voltei com 11 anos e vim viver para a casa da minha irmã, para estar mais perto dela e dos meus pais (o barco aonde trabalhava o meu pai atracava a cada 15 dias no Porto de Basileia por alguns dias, para a família era a oportunidade de estarmos algum tempo juntos).
O que espera do futuro?
Saúde para poder acompanhar os meus filhos.
Qual a diferença de vida entre Portugal e a Suíça?
Observando a vida dos portugueses em Portugal, tenho a impressão de que têm uma vida mais calma com mais tempo para a família e amigos. A nossa vida na Suíça é mais preenchida com o trabalho e temos menos tempo livre para a família, amigos e convívios.
A língua é um problema?
Agora não, mas, na altura que voltei para a Suíça, não compreendia e nem falava alemão. Os meus pais inscreveram-me numa escola para estrangeiros aonde se aprendia intensivamente o Alemão, depois de um ano, consegui entrar no ensino médio frequentado por suíços e estrangeiros nascidos na suíça.
Como a pandemia impactou o seu dia a dia e o da sua família?
O positivo na altura da pandemia foi poder começar a trabalhar de casa e estar mais perto dos meus filhos. Infelizmente, nessa altura senti a falta dos encontros com amigos e colegas e dos ensaios e convívios do Rancho.
Por fim, como vive o coração do imigrante português na Suíça?
Com muitas saudades de Portugal, das suas tradições, da sua gente, da família, da língua portuguesa, do clima, do mar, da gastronomia, etc…
Ígor Lopes