Marcelo Rebelo de Sousa defende internacionalização da língua portuguesa
O presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, participou no sábado, dia 31 de julho, na solenidade que marcou a reabertura oficial do Novo Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo, no Brasil, reconstruído após um incêndio que ocorreu em dezembro de 2015. O espaço voltará a receber visitações a partir de domingo, dia 1 de agosto. O investimento total foi de mais de R$ 85 milhões, cerca de 12 milhões e meio de euros, incluindo a indemnização do seguro e o patrocínio de diversas empresas, além do aporte do Estado e do apoio da Fundação Calouste Gulbenkian, do Camões – Instituto da Cooperação e da Língua, do ID Brasil e do Governo Federal, por meio da Lei Rouanet.
A solenidade contou com ainda com a presença de autoridades brasileiras e internacionais, entre elas os presidentes de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca, o ministro da Cultura de Angola, Jomo Francisco Fortunato, os ex-presidentes brasileiros Fernando Henrique Cardoso e Michel Temer e o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, o governador do Estado de São Paulo, João Doria, entre outros nomes.
Durante o evento, os chefes de Estado provenientes de países lusófonos elogiaram a parceria entre o poder público e a iniciativa privada para “reerguer o espaço, considerado um dos mais importantes patrimónios culturais do mundo”.
“Seis anos depois estamos aqui não para esquecer as cinzas do passado, mas, a partir delas, construirmos o futuro nessa potência de todas as eras que se chama Brasil, nesta metrópole de tantas línguas que se chama São Paulo”, declarou Marcelo Rebelo de Sousa.
Por sua vez, o presidente de Cabo Verde falou sobre a importância da união dos países lusófonos.
“A língua cria-se e recria-se através dos contatos entre diferentes comunidades. Que sejamos mais que uma comunidade de estados, uma comunidade de povos que partilham valores comuns como a fraternidade, a liberdade e a democracia, com base no pilar fundamental que é a língua portuguesa, a língua de nós todos”, afirmou Fonseca.
“Este é um momento muito significativo para a cultura e para a memória dos países da língua portuguesa. Transformamos a tragédia em renascimento, fizemos das cinzas o recomeço, devolvendo um museu de primeiro mundo que volta melhor, com mais recursos e mais tecnologia”, destacou João Doria.
A cerimônia foi acompanhada também de perto por executivos e representantes de empresas e grupos privados que ajudaram a patrocinar a reconstrução do património cultural.
“É um orgulho estarmos aqui nesta comemoração da lusofonia. Este museu é nosso, de quem fala, ouve e escreve em português, uma língua global”, afirmou João Marques da Cruz, CEO da Patrocinadora Master EDP e representante dos demais parceiros empresariais do projeto.
Segundo apurámos junto ao governo estadual de São Paulo, “a reconstrução do Museu foi estabelecida como prioridade. As obras começaram em 2017 e foram divididas em três fases: restauro do interior e das fachadas; reconstrução da cobertura destruída no incêndio; e intervenções de ampliação e melhoria. A partir de 2019, houve a implantação de conteúdo e experiências, iluminação externa e contratação de equipas.
“O novo Museu da Língua Portuguesa traz para o panorama cultural brasileiro um surpreendente ambiente imersivo e tecnológico de valorização do nosso maior património cultural, a língua portuguesa, com destaque para a sua diversidade e a sua evolução. Mais do que a reforma e o restauro, o que houve no icónico espaço da Estação da Luz foi uma transformação. Trata-se de uma experiência ainda melhor e mais impactante do que a proporcionada anteriormente, antes do incêndio de 2015”, destacou o secretário de Cultura e Economia Criativa de São Paulo, Sérgio Sá Leitão.