› Maria dos Santos
O Sérgio Silva é um dos muitos portugueses empenhados na divulgação da cultura portuguesa, nomeadamente do folclore.
Vive com a sua família em Rapperswil e foi lá que fez nascer em conjunto com outros amigos o “Rancho Folclórico os Minhotos de Rapperswil-Jona”.
A grande curiosidade deste grupo é que teve origem em plena pandemia Covid 19.
O Sergio nasceu em 5 de Abril de 1980 em Portugal. Vive na Suíça desde 1987 e profissionalmente dedica-se à compra e venda de vidros de automóveis.
O seu clube preferido é o SL Benfica.
Não dispensa um bom prato da cozinha tradicional, sendo que aprecia verdadeiramente uma Francesinha.
De sorriso fácil e dono de uma grande simpatia, o Sérgio está empenhado em fazer valer os seus conhecimentos folclóricos e mostrar ao mundo o rancho do qual é o presidente.
A sua experiência folclórica passou por ter integrado o antigo rancho de Rapperswil, Hinwil e
Wetzikon.
Vamos então descobrir este homem que dá o seu tempo livre à cultura Portuguesa.
Sérgio, em que circunstância nasceu este grupo “Os Minhotos de Rapperswil-Jona”?
Sempre foi um sonho meu e de mais pessoas erguer o Rancho de Rapperswil, que tinha terminado. Até que um dia resolvi falar com várias pessoas. E assim começou tudo.
Para se criar um grupo como o vosso, que praticamente todos têm experiência, é necessário sabedoria. Quais foram os critérios definidos?
Não foi fácil, porque a maior parte dos dançarinos já tinha feito parte de um Rancho.
Sendo que cada um tem ideias e experiências precisas do folclore. Acabou por haver uma separação de pessoas que não se identificaram com os nossos objectivos e mais tarde formarão outro Rancho. Nós desejamos-lhes o maior sucesso.
O vosso logo é particularmente bonito. Como tiveram a ideia de escolher o Coração de Viana para vos representar?
Isso aconteceu quando criamos um “chat” no Whatsapp. Comecei a brincar e escolhi o Coração de Viana como símbolo. Mencionei, em cima do mesmo, Os Minhotos de Rapperswil-Jona. Depois na primeira reunião toda a gente aprovou o nome e total concordância com o símbolo do mesmo. Realizei algumas alterações de toques e retoques. Chegamos assim ao logótipo final que pode ser visível em tudo que diga respeito ao nosso rancho.
Este representa a antiguidade e levam-nos aos tempos das nossas bisavós e avós. Têm consciência do peso desta responsabilidade cultural?
Graças a Deus temos, porque não estou sozinho. A nossa direção é muito unida. Defino o nosso rancho como um grupo esplêndido, sendo que a responsabilidade é gerida entre todos tornando-se mais descomplicado.
Porque escolheram representar o Folclore do Alto Minho?
Na primeira reunião com o grupo foi logo decidido representarmos o Alto Minho. E para mim pessoalmente a moda “Alto Minho” dá mais força para dançar. (Sorri)
São um grupo que ainda não mostrou tudo o que vale, porque apenas têm 3 anos de existência, dois dos quais sem manifestações culturais. Como se consegue motivar o grupo a ficar?
Quando se anda com gosto não é preciso motivar muito. Todos os elementos do Rancho de Rapperswill estão motivados. Já deu para ver nas nossas atuações.
Têm muitos jovens. Existe o medo que partam à procura de novas experiências? Qual a estratégia para os encorajar a ficar?
Há sempre jovens que trazem outros jovens, uns ficam outros não. Há Jovens que nascem no meio do folclore, outros que vêm e acabam por ficar. Um Rancho com muitos jovens atrai outros jovens.
Como Presidente deste grupo, que planos gostaria de concretizar, para que todos se sentissem enaltecidos dos trajes que representam?
O mais importante agora é a nossa Festa de Batismo no dia 1 de Abril 2023. Depois logo se vê as estratégias a aplicar para avançarmos e levarmos o nosso grupo longe.
Considera que os Ranchos deveriam evoluir no sentido de serem mais tolerantes, com as tatuagens, unhas, maquilhagem? Como vê o Sérgio o futuro Folclórico, com esta nova geração?
S.S. Os Ranchos evoluirão sempre e nunca vão parar de evoluir. Agora se deveríamos ser mais tolerantes, isso depende do ponto de vista de cada pessoa. Há pessoas que vão a um Festival ver as danças e ouvir as músicas, outros só têm olhos para os trajes e para a crítica destrutiva. Mas, isso faz parte da nossa cultura e eu vivo muito bem com essas situações, que não me tiram a vontade de continuar.
Para finalizar que apelo faz ao seu grupo e à comunidade portuguesa?
S.S Para continuarem com a mesma vontade, alegria e atitude. Não posso pedir mais. Que a comunidade portuguesa seja mais unida e se entreajudem. Nunca desistam em representar a nossa cultura e respeitá-la. Somos uma comunidade muito apreciada e temos o dever de manter os nossos valores.
Feliz 2023 e não se esqueçam de vir até Gossau para o nosso batizado e primeiro festival. É no dia 1 de Abril e não é mentira.