A corrupção, presente em várias sociedades sob formas como suborno, abuso de poder e tráfico de influências, é o tema central de um programa educativo promovido pela associação All4Integrity. Destinado a jovens entre 15 e 17 anos, o projeto visa estimular a reflexão sobre os impactos dessa prática e os valores necessários para combatê-la, como ética, integridade e responsabilidade social.
Fundada em 2020 por iniciativa de André Corrêa d’Almeida, da Columbia University, a All4Integrity foi lançada nas ruas de Nova Iorque com o lema #libertemomeupaísdacorrupção. Desde então, a associação, apartidária e dedicada à sociedade civil, tornou-se uma referência na prevenção e combate à corrupção, especialmente com o Projeto RedEscolas Anticorrupção, desenvolvido em parceria com a Direção-Geral da Educação (DGE).
Nesta sua 4.ª edição, o Projeto RedEscolas Anticorrupção – Escolas que nos inspiram uma Cultura de Integridade abrange alunos do 9.º ao 12.º ano e trabalha com um Plano de Ação interdisciplinar e flexível, sob o lema “Promover um Caminho de Integridade”. Além de abordar a corrupção, o programa inclui temas como lobbying, conflitos de interesses e tráfico de influências, promovendo a cidadania ativa e reforçando valores como o espaço público e o bem comum. No final do ano letivo 2024/2025, as escolas participantes serão distinguidas com o Selo Digital Ouro, Prata ou Bronze, o Certificado “Escola AntiCorrupção 2023-2024” e terão representantes no “Quadro Embaixador@s da RedEscolas AntiCorrupção”.
Este programa também chegou aos cursos de Língua e Cultura Portuguesas do EPE na Suíça, envolvendo alunos das instituições CO Sécheron e CO Coudriers, em Genebra. Estruturado em cinco etapas, combinou teoria e prática para abordar criticamente o tema da corrupção. Na primeira etapa, os estudantes familiarizaram-se com o conceito e as manifestações da corrupção, através da análise de casos reais e escolha de um tema para pesquisa. Na segunda etapa, discutiram ética e integridade, abordando dilemas éticos e suas implicações sociais. Na terceira etapa, exploraram a importância da transparência e da responsabilidade, essenciais na prevenção da corrupção. A quarta etapa tratou dos conflitos de interesse e do lobbying, analisando os limites éticos dessas práticas, com base em casos reais. Por fim, na quinta etapa, os alunos participaram em simulações que ilustraram as consequências negativas do suborno e do tráfico de influências.
A participação ativa dos alunos foi um ponto central do programa, com debates, projetos individuais e apresentações finais que promoveram soluções e reflexões aprofundadas sobre o tema. O professor encarregado do projeto disse que falar sobre este tema foi interessante e desafiante, pois trata-se de formar cidadãos críticos e éticos. Nas aulas usou exemplos reais e atividades que envolveram os alunos, como debates e reflexões. O Professor Victor Coelho acredita que a educação é a melhor arma para construir uma sociedade mais justa.
As aulas sobre corrupção despertaram diferentes reflexões entre a vintena de alunos envolvidos, que destacaram o impacto positivo da experiência. Edgar Gomes ressaltou a importância do tema no cenário político atual e como as discussões sobre casos reais ampliaram seu entendimento. Para Niels Marçal, as aulas mostraram que a corrupção é mais ampla do que ele imaginava. Valorizou também os projetos, que ajudaram a praticar as suas competências linguísticas. Já João Guilherme elogiou o formato dinâmico e considerou as atividades práticas interessantes e divertidas.
Essa abordagem prática informou, mas também incentivou os jovens a serem agentes de mudança em defesa da integridade e da transparência. A All4Integrity reafirma, assim, o seu papel como a primeira rede global portuguesa dedicada à construção de uma cultura de integridade, consolidando-se como incubadora de iniciativas e programas que impactam positivamente a sociedade.
› Victor Coelho, Docente EPE Suíça