› Ígor Lopes
Após cerca de 20 anos de atividades na Avenida de Tivoli, o Museu da Imigração, na Suíça, conta hoje com uma nova morada. Todo o seu acervo está localizado, conforme avançamos na última edição do nosso jornal, na rua Saint-Martin 36, incluído no centro dedicado aos migrantes, com o apoio das igrejas católicas e protestantes. A inauguração deste novo espaço aconteceu no final do ano passado e as portas ficam abertas das 14 às 20 horas, “permitindo descobrir as coleções e as exposições de obras produzidas por pessoas migrantes”.
Conversamos com o artista português Ernesto Ricou, fundador e diretor do Museu da Imigração, em Lausanne, Suíça, que nos falou sobre o trabalho desenvolvido e os objetivos do espaço.
O que as pessoas podem encontrar no Museu da Imigração?
Malas com resumos biográficos e objetos ou documentos pessoais familiares, fotografias, passaportes, etc. Resumos ou estudos escritos históricos e interdisciplinares.
Como estão os trabalhos nas novas instalações?
Estamos operacionais de novo, desde outubro e novembro de 2021. Há coleções transferidas com o auxílio do Museu Histórico e o recomeço das visitas comentadas e atividade museal.
Que pontos gosta de destacar no museu?
Salvaguarda da memória dos imigrantes e registo dos testemunhos. Melhoria do diálogo intercomunitário, educação e pedagogia, valorização de cada património cultural e histórico de cada país, continente e personalidades.
Fale um pouco sobre o novo local?
Locais exíguos, embora práticos, confortáveis e com auxílio de amigos e pessoal competentes, e bom número de profissionais dedicados em diversas disciplinas, sócio-humanitárias, jurídicas, administrativas, médicas e de saúde, alojamento, escolaridade e auxílio financeiro. Pintura mural histórico a dos últimos 150 anos das diversas comunidades de migrantes acolhidos na Suíça. Exposição Flucht (Fujir) do UNHCR, tragédia europeia.
O que lhe move em relação ao Museu e qual é a importância de representar Portugal no estrangeiro?
Tremenda responsabilidade profissional, moral e social. Paixão incomensurável na união sagrada do concreto físico material e da espiritualidade. Antropologia e metanoia (mudar o próprio pensamento). Um planeta, uma casa, o invisível e o cosmo, uma só família.
Que trabalhos o artista Ernesto Ricou tem desenvolvido e como é ser artista português na Suíça?
Confronto com os obstáculos da humana peregrinação terrena. Humildade, caridade e fervor no futuro e misterioso destino do nosso planeta, equilibram a reflexão por vezes laboriosa que faço…
Quem é Ernesto Ricou?
Humanista, manual, artista plástico e gravador estudioso, competente nas áreas da história da arte, da conservação, museografia, do ensino e pedagogia, professor de artes visuais numa escola pública e na escola Lemania, escola de língua portuguesa.
Por fim, que mensagem deixa para quem ainda não conhece o Museu?
Dar a conhecer a mensagem de esperança pela vida no intenso trabalho diário, sem pausas ao serviço dos necessitados de amor universal.
As pessoas devem marcar horário?
Para visitar e realizar estudos e investigações, marcar encontro via telefone ou pela internet. Válido para individuais, grupos, escolas, universidades, instituições internacionais (ONU). Cinco idiomas estão ao dispor: francês, português, inglês, espanhol e italiano. Para visitar o espaço é necessário, a partir dos 16 anos, a apresentação do Certificado Digital COVID-19. Para mais informações e reservas: Rue Saint-Martin 36, 1005 Lausanne. Tel 021.2189815, Ernesto Ricou, Musée d’ l’immigration – Lausanne Musées (lausanne-musees.ch). Ponto de apoio: 021 331 57 20 eglisemigrationvd.com