No próximo dia 18 de maio, os portugueses voltam a ser chamados às urnas para elegerem os seus representantes na Assembleia da República.
Entre os 230 deputados em disputa, quatro são eleitos diretamente pelas comunidades portuguesas no estrangeiro: dois pelo círculo da Europa e dois pelo círculo de Fora da Europa. É um momento determinante não apenas para o futuro político do país, mas também para afirmar a voz da diáspora portuguesa. Os emigrantes contribuem social, cultural, política e economicamente para Portugal, e este é o tempo de reforçarem essa ligação com um gesto simples, mas poderoso: o voto, que tanto custou a conquistar para que existisse o direito de escolha livre.
O Gazeta Lusófona, fiel à sua missão de informar e integrar as comunidades portuguesas e lusófonas na Suíça, promoveu uma ronda de entrevistas com os candidatos cabeça de lista pelo círculo da Europa. Nem todos responderam dentro do prazo estipulado. Entre os que aceitaram o desafio: AD – Coligação PSD/CDS, Partido Socialista, Bloco de Esquerda, PAN, CHEGA, Partido Popular Monárquico, Volt Portugal e Iniciativa Liberal. Entrevistamos ainda Ana Maria Pica, residente na Suíça, e segundo nome na lista dos socialistas, além de Carlos Gonçalves, antigo colaborador do nosso jornal, que volta ao cenário do pleito político pela AD. As entrevistas realizadas pela nossa redação seguiram um modelo igualitário, em formato de debate remoto, onde cada candidato teve o mesmo espaço para apresentar propostas e responder a questões centrais — como o acesso ao ensino do português no estrangeiro, o funcionamento dos consulados e o reconhecimento das especificidades das comunidades residentes na Europa. Os textos completos podem ser consultados no nosso site, em www.gazetalusofona.com, garantindo total transparência e equidade informativa.
Todavia, lamentamos que os restantes candidatos não nos tenham feito chegar as respetivas respostas.
Não podemos deixar que o voto da emigração seja visto com desinteresse, como se a distância física do território nacional justificasse o abandono político. Portanto, é necessário que cada um, dentro das suas possibilidades e oportunidades, exerça o seu direito ao voto. Mais do que nunca, apelamos à mobilização: votar é um direito, mas sobretudo um dever de cidadania que reforça a nossa presença e importância enquanto comunidade ativa e consciente. A voz da emigração portuguesa merece respeito, representação e resultados. Que o voto de cada emigrante e lusodescendente seja uma afirmação clara de que estamos cá — mesmo quando estamos longe.
O voto dos emigrantes é um dos pilares da democracia, permitindo que cidadãos que vivem fora do seu país continuem a influenciar as decisões políticas e o futuro da sua nação. A importância desse direito tem como base a ligação a Portugal, a representação de interesses, o fortalecimento da democracia, a influência no desenvolvimento nacional, a equidade e a justiça.
Nesta edição, poderá ainda ler homenagens ao Dia Mundial da Língua Portuguesa, detalhes sobre o apagão que deixou Portugal às escuras e preocupou os portugueses na Suíça, notas sobre as atividades diplomática, além das informações associativas que dão vida ao nome de Portugal em solo helvético, entre outros temas. Boa leitura.
Adélio Amaro, diretor
