› Ilídio Morgado
Ano Novo Vida Nova! Um dos muitos dizeres que se ouve no começo de um novo ano. A Caixa Geral de Depósitos (CGD) não quis ficar alheia ao ditado popular e renovou a equipa do seu Escritório de Representação em Genebra. Fomos conhecer a nova responsável do escritório, a Dra. Helena Monteiro.
Bem-vinda à Suíça e a Genebra. Cara nova da CGD, substitui o Dr. José Carvalho, que atingiu a idade do “descanso/reforma”…
Eu é quem agradeço a oportunidade de me dar a conhecer aos nossos compatriotas através da Gazeta Lusófona e poder reforçar a missão da CGD junto da comunidade na Suíça, assim como atribuir uma cara por detrás de um nome, acho que transmite uma imagem de maior aproximação.
Enquanto responsável pelo Escritório de Representação na Suíça, é a sua primeira missão no estrangeiro?
Sim, esta é a minha primeira missão na área internacional, faço parte dos quadros da CGD há 28 anos, sempre na área comercial nos balcões em Portugal, o meu anterior posto foi na Agência Central do Porto, na Avenida dos Aliados. A presença da CGD no estrangeiro é diferente e nomeadamente na Suíça que tem especificidades distintas de outros países onde estamos presentes. Essencialmente, o nosso trabalho é fazermos a ponte entre os nossos clientes aqui residentes e as suas agências em Portugal. Toda a documentação que os clientes queiram tratar, operações sobre as suas contas, nós servimos de intermediários. Recebemos as instruções e enviamos para as agências respetivas. É um canal da CGD, não se dispersa por outros meios. A nossa missão é de proximidade, apoiar e orientar a partir das vontades manifestadas pelos clientes.
Como sabe, algumas instituições financeiras portuguesas deixaram de ter representação na Suíça e, mais particularmente, em Genebra. Os clientes da CGD não têm de se inquietar com a possibilidade de ver a CGD seguir o mesmo caminho?
Não. As representações da CGD têm como missão estar próximo dos seus clientes, estar onde estão os portugueses, sendo a comunidade portuguesa na Suíça uma das maiores, faz todo o sentido estarmos presentes, nem se coloca em causa. Como forma de estarmos mais próximos da comunidade radicada na Suíça, temos prevista uma atuação diferente, ainda mais próxima, não só em Genebra, onde se situa o escritório, mas por todo o território. Já fazemos mensalmente uma permanência em Zurique e vamos marcar presença noutras zonas. Devido às características geográficas da Suíça, as deslocações são bastante demoradas e entendemos que é nossa obrigação sermos nós a ir ao encontro dos clientes e não o contrário, até porque perdem o dia para se deslocarem a Genebra. Temos a equipa mais completa e vamos ter a disponibilidade para agilizarmos as permanências por toda a Suíça que irão, a seu tempo, ser publicitadas e para as quais pedimos aos clientes que façam o agendamento.
Falamos da emigração e da importância do posto. A comunidade, embora seja menor do que em outros países, as remessas são de montantes elevados sendo, algumas vezes, o primeiro nessa classificação…
Sim, é verdade. Os nossos dados corroboram o que diz. O valor per capita, em valor de remessas, é o maior de todas as comunidades, em todos os países. A França está ligeiramente à frente em valor total, mas, per capita, não há comparação. O da Suíça é cerca dez vezes mais.
Enquanto agentes bancários, sentem algum receio dos emigrantes em confiar nas instituições bancárias portuguesas, visto todos os tumultos dos últimos anos na banca, nomeadamente na perda das poupanças de mulheres de emigrantes?
A CGD sempre foi reconhecida por ser o banco preferencial dos clientes no que se refere à solidez e segurança. Neste sentido, em períodos conturbados, serviu de refúgio a clientes de outras instituições que reconheceram na CGD essa solidez, segurança e confiança que buscavam num guardião das suas poupanças de uma vida de trabalho. A CGD, com capital social detido a 100% pelo Estado Português, tem uma obrigação acrescida de garantir segurança aos clientes e essa tranquilidade é essencial para quem confia os seus valores. Está no ADN da CGD esse zelo.
Saindo um pouco do âmbito bancário, a Dra. Helena é a responsável da CGD, a Dra. Rita da CA, a Dra. Leonor Esteves, Cônsul-Geral de Portugal em Genebra, é um assalto das mulheres ao poder?
É uma feliz coincidência. O papel das mulheres na sociedade tem vindo a ter mais destaque por evidentes méritos próprios. Por outro lado, a competência não tem género e, em igual de circunstâncias, é o mérito que deve prevalecer.
É primeira missão e a primeira vez na Suíça, conhecia?
Nunca cá estive, cheguei em dezembro e fui diretamente do aeroporto para a Festa de Natal da Rádio Arremesso, uma entrada em grande junto da comunidade. Fiz visitas de apresentação e tomei contacto com a realidade do normativo suíço, diferente dos países da UE. Foram três semanas para tomar o pulso e ambientar-me a uma nova realidade. Algo que me tocou foi a receção calorosa da comunidade. Onde estive senti-me em casa e é gratificante sentir que somos da casa.
A Dra. Helena, na sua primeira missão no estrangeiro, deixou a sua família em Portugal…
Sim, aliás, sem o apoio e concordância dos meus três filhos e do meu marido, era impensável aceitar este desafio, mesmo tratando-se de um projeto que tinha há algum tempo. O apoio familiar é fundamental.
Pedia-lhe que deixasse uma mensagem à comunidade no início de um novo ano e de um novo ciclo profissional.
Desejo a todos um excelente ano de 2024 e, pela minha parte, posso prometer muito trabalho nas minhas funções para satisfazer quem nos procura, faremos sempre parte da solução. E agradecer à comunidade pela forma como me recebeu. Estou cá há três semanas e vivenciei um calor humano que só quem o experiencia percebe. Muito obrigada a todos e Bom Ano.