Foi uma interessante jornada a que aconteceu em Bulle com a realização do Encontro das Associações Portuguesas na Suíça, organizado pela Federação das Associações Portuguesas na Suíça (FAPS).
Com a participação de muitos agentes associativos e de outras instituições da área do ensino, foram dadas a conhecer novas ideias, discutidas soluções e apresentadas dificuldades. A Embaixada de Portugal e o Consulado de Zurique, através das intervenções do embaixador Júlio Vilela e do cônsul Gonçalo Motta, deram a conhecer um conjunto de informação, muito bem esquematizada e planificada, sobre os apoios do Estado ao movimento associativo, sobre os quais daremos a conhecer na próxima edição do Gazeta Lusófona.
As associações tiveram oportunidade de apresentar as suas preocupações e os respetivos desafios para o futuro (ver páginas 20 a 22).
Com este encontro, a FAPS, presidida por António Cunha, pretende que toda a discussão, e consequentes ideias que se apresentaram, possam ser um novo caminho para que exista maior união entre as associações e que as mesmas ganhem mais força perante as instituições políticas, assim como a sociedade em geral.
Quem marcou presença no citado encontro foi o Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, Emídio Sousa, que manifestou satisfação pela iniciativa, mas alertou para as dificuldades existentes no meio associativo. Em entrevista ao Gazeta Lusófona falou da necessidade de existir formação para os dirigentes associativos e alertou para a necessidade de estes conseguirem ultrapassar a burocracia existente para se conseguir apoios do Estado.
É certo que o futuro do associativismo português na Suíça tem de passar pela formação contínua dos dirigentes, seja através das plataformas digitais ou pelas parcerias locais com instituições suíças para maior integração e reconhecimento, além dos representantes legais de Portugal, como embaixada ou consulados. Este encontro em Bulle foi exemplo disso, no qual foram apresentadas sugestões de temáticas para o plano de formação da FAPS, algo que os dirigentes associativos presentes apresentaram total interesse e manifestaram que aconteceçam mais ações de formação.
Ainda na entrevista concedida ao Gazeta Lusófona, Emídio Sousa afirmou que o Programa Regressar é para manter, mas que sofrerá alguns ajustes e disse que está atento aos pedidos dos portugueses, residentes na Suíça, que se aposentam e pretendem regressar a Portugal e não conseguem benefícios, ao contrário dos que regressam a Portugal para trabalhar através do referido Programa Regressar. O Secretário de Estado das Comunidades Portugueses revelou, ainda, o desejo que tem de conseguir avançar com o projeto “Portugal Nação Global” que pretende unir Portugal ao mundo através das comunidades portugueas espalhadas pelos vários continentes.
Uma palavra de parabéns ao funcionário consular Profírio Luís Pinheiro pelo exemplo e dedicação ao movimento português na Suíça, durante décadas e que recebeu, meritóriamente, a medalha de mérito das comunidades portuguesas, grau ouro, das mãos de Emídio Sousa.
Adélio Amaro, diretor