A nossa reportagem voltou a conversar com Paulo Pisco, deputado do Partido Socialista (PS) reeleito pelo círculo europeu.
Como vê o resultado destas eleições, que foram repetidas no círculo da Europa?
Como uma vitória da verdade, em que os portugueses residentes na Europa souberam muito bem quem sempre os defendeu e sempre considerou todos os votos e a sua vontade de participar na escolha dos seus representantes. Foi decisivo todo o combate corpo a corpo que tive de travar contra o PSD, que queria atribuir a outros uma responsabilidade que era só sua de ter anulado, com os seus protestos e como já acontecera em 2019, 157 mil votos, o que depois levou à repetição das eleições no círculo da Europa. Nunca antes tal acontecera na nossa democracia. Foi um combate um pouco solitário, mas era absolutamente necessário desmontar todos os argumentos falsos que o PSD quis apresentar sobre mistura de votos. Imperou a verdade e os nossos compatriotas residentes na Europa demonstraram que estão atentos e deram-nos uma maioria absoluta a juntar à que o Dr. António Costa e o PS já tinham conseguido no país. Claro que também valorizo a minha permanente disponibilidade e dedicação e a campanha de proximidade que sempre procurei fazer junto das nossas comunidades, algumas vezes, com os meus colegas de lista, para explicar as nossas propostas e porque razão se teve de repetir as eleições no círculo da Europa.
A que atribui a eleição de dois nomes do PS para defenderem os interesses da comunidade portuguesa na Europa?
À confiança no Partido Socialista, à honestidade dos nossos propósitos, ao trabalho de proximidade nas comunidades e à experiência e conhecimento dos nossos candidatos.
Que trabalhos pretende desenvolver junta das comunidades portuguesas na Europa, em especial na Suíça?
Considero que o exercício de um mandato de proximidade é absolutamente fundamental e é isso que sempre fiz e continuarei a fazer. A única forma de resolver os problemas é ouvir os portugueses, procurando sempre melhorar e aprofundar a relação entre as nossas comunidades e o país. Reconhecer, valorizar e estar próximo são sempre os vetores que me orientam. De mim, as comunidades sabem que contam com total de dedicação e empenho, abertura e proximidade. Valorizar e acreditar nas nossas comunidades e fazê-las sentir que são parte integrante do país. Criar vínculos sempre mais fortes. A nossa comunidade na Suíça é muito importante e tem problemas muito particulares que importa esclarecer, como os que estão relacionados com as questões fiscais. Neste domínio, é preciso mais informação e esclarecimento. Também as questões de natureza social são relevantes, a par, claro, dos pilares tradicionais das políticas públicas para as comunidades, o atendimento consular, o ensino de português e o associativismo.
Ígor Lopes