António Guerra Iria, conselheiro das Comunidades Portuguesas pelos círculos da Suíça, Itália e Áustria, foi um dos participantes da reunião anual do Conselho Permanente do Conselho das Comunidades Portuguesas (CP-CCP), liderado por Flávio Martins.
Em declarações à nossa reportagem, este responsável, residente em Genebra, frisou o facto de que Portugal é um país de emigrantes e que é preciso respeitar os portugueses e lusodescendentes que vivem fora do território luso.
Durante o evento, António Guerra conversou com a secretária de Estado da Justiça de Portugal, Ana Luísa Machado, para tratar da “demora na atribuição da nacionalidade portuguesa”.
“Eu chamei a atenção das autoridades, inclusive a secretária de Estado, e foi ela quem nos recebeu, para terem mais atenção em certas e determinadas leis ou em certas e determinadas posições que o governo tomasse. Nós somos um país de emigrantes. Nós, nos anos 1960, emigramos para França, passando pelos Pirenéus e muitos dos nossos colegas morreram. Passámos a “negro” e a França recebeu-nos de braços abertos e, a partir daí, construíram grandes vidas e temos em França grandes empresários de origem portuguesa. Outros, emigraram para os Estados Unidos, para a Venezuela e para a Suíça. E todos nós gostamos que nos recebam bem e que não corram conosco, não importa como. Por isso mesmo, essa é a minha posição como conselheiro das comunidades em representação da Suíça, da Itália e da Áustria, que são países de grande imigração, especialmente a Suíça, pois no Cantão onde habito, 20% da população é portuguesa”, disse.
Este conselheiro recorda que a ida de portugueses para a Suíça teve de ver com o trabalho e que hoje essa mesma comunidade é um “exemplo para o povo suíço”.
“Por isso, quando tomarmos posições nesse sentido (lei da nacionalidade), temos que pensar bem que nós também somos um país de emigrantes e gostamos e gostamos que nos recebam.
Sobre os resultados da reunião do CCP em Lisboa, António Guerra assegura que “levo para a comunidade que represento na Suíça, na Itália e na Áustria, em princípio, boas notícias, pois senti calorosamente o apoio das autoridades portuguesas. Todos os três candidatos que nós ouvimos foram positivos e apoiantes para que se encontre uma solução para a questão dos Residentes Não Habituais (RNH), situação que foi anulada pelo governo português em 2023”.
“Os emigrantes preocuparam-se muito com este tema. Eu, como conselheiro, recebi essas queixas. Até foi um dos motivos de eu me candidatar a conselheiro, que era a via mais direta de eu chegar ao governo português, tendo obtido 80% dos votos do eleitorado”, mencionou este conselheiro, que garante que o regresso dos portugueses reformados ao país, com os seus rendimentos garantidos, traria para o nosso país, sobretudo para o Interior, investimentos, como a criação de postos de trabalho, pagamento de impostos”.
“Todos os candidatos foram sensíveis a esse problema. Quer dizer que levo para as comunidades na Suíça, Itália e Áustria, e também toda a Europa, uma boa notícia, pois este caso diz respeito a vários países”, finalizou António Guerra.
Ígor Lopes