› Adélio Amaro
Carla Correia nasceu em Serpa e vive na Suíça desde 2008, em Balsthal, no cantão Solothurn. A sua adaptação ao país helvético “foi complicada, principalmente por estar longe da família, porque vim para cá sozinha”, disse-nos Carla Correia.
No início esteve um ano na zona francesa e depois foi viver para a zona alemã por intermédio de uma prima.
Teve de trabalhar “em coisas novas para mim e não foi uma adaptação fácil, mas tudo o que passei, construiu a mulher que sou hoje”, afirma orgulhosamente.
Em Portugal teve uma loja de artigos para hotelaria, durante quatro anos, tendo em conta a sua formação em vendas.
Quando foi para a Suíça teve de trabalhar nas oportunidades que foram aparecendo, tendo começado na área da limpeza. Foi assim durante o primeiro ano, até nascer a sua primeira filha. Depois, trabalhou em fábricas e armazéns.
Contudo, manteve sempre o sonho de voltar a trabalhar em vendas. Contudo, segundo nos disse, “sendo a Língua o principal impedimento, o sonho foi-se mantendo arrumado na gaveta, porque precisava de um emprego certo para pagar as contas e sustentar duas filhas sozinha”.
Durante a pandemia voltou a alimentar o sonho de ter um projeto só seu. Com o apoio do companheiro, “sem pensar bem nos riscos”, nasceu a “Alma Lusa”.
Carla Correia correu o risco, apenas “com a certeza que era muito boa nessa profissão, de resto não tinha mais certezas”. Em pleno confinamento, ao regressar de uma consulta médica, estava com depressão, viu uma loja para alugar, exatamente como pretendia, tirou fotografia ao espaço e envio para o seu companheiro. Este telefonou para o proprietário e o sonho nasceu.
Carla Correia explica que “sem ter quaisquer contactos de fábricas ou armazéns de moda em Portugal, comecei a pesquisar, a mandar e-mails e em um mês, dias após acabar o confinamento, a «Alma Lusa» abriu as portas, no dia 1 de maio de 2021”.
A jovem empresária portuguesa define a “Alma Lusa” como uma loja “cheia de amor, onde todos os clientes são tratados da mesma maneira, e há roupa para todos os corpos (do mais magro ao mais fofinho), porque aliás, todos temos direito a vestir qualidade e peças lindas”. Na loja é possível encontrar “moda homem na marca Tiffosi, moda mulher com a Tiffosi, moda Ana, Pinto&Castro, calçado português em pele e a marca que muito me orgulha, ter conseguido a sua representação, a Cavalinho”.
Além da loja de porta aberta, também faz vendas “on-line” com a apresentação de um direto semanal, “tentando, sempre, estar disponível para os meus clientes, porque é graças a eles que cresci bastante em apenas dois anos”, sublinhou Carla Correia.
A médio prazo a empresária portuguesa pretende ter mais e melhores artigos, vindos de Portugal, de forma a deixar a marca Alma Lusa bem presente na Suíça, “seja com clientes portugueses ou de outras nacionalidades, nomeadamente suíços, que são cada vez mais os clientes regulares que tenho na loja”, referiu.
Carla Correia tem um novo sonho que passa por expandir a “Alma Lusa” a outros cantões e também uma loja na sua terra natal, em Portugal.