Num ano que parece ter passado depressa demais, chegamos novamente à época em que o coração abranda e a memória se acende.
Para muitos portugueses na Suíça, o Natal e o Ano Novo são mais do que datas no calendário: são pontes invisíveis que nos ligam à terra onde nascemos, às vozes que ficaram, aos cheiros e sabores que nos moldaram. É o tempo em que a distância pesa um pouco mais – mas também aquele em que a força da nossa comunidade se torna mais evidente.
Vivemos entre montanhas que não são as nossas, mas que aprendemos a admirar; trabalhamos em línguas que nem sempre dominamos, mas que já fazem parte do nosso quotidiano; construímos aqui vidas inteiras, sem nunca deixar de carregar Portugal no bolso, como quem leva uma fotografia dobrada, sempre pronta a ser aberta.
Este jornal existe porque existimos uns para os outros. Porque, mesmo longe, continuamos a ser vizinhos, cúmplices, companheiros de viagem. Ao longo do ano, celebrámos conquistas, debatemos desafios, partilhámos histórias de coragem e de persistência – histórias que mostram que a identidade portuguesa não se perde, transforma-se, adapta-se, floresce em novos lugares.
Neste tempo de luzes acesas e mesas cheias, deixamos um desejo simples: que cada família encontre um momento de paz, que cada trabalhador encontre reconhecimento, que cada criança encontre futuro, e que cada um de nós encontre, dentro de si, o caminho de regresso – seja ele a Portugal, à família, ou apenas a uma versão mais tranquila de si próprio.
Que 2026 nos traga saúde, estabilidade e a coragem de continuar a construir pontes entre culturas, gerações e geografias. Que continuemos a ser uma comunidade viva, solidária e orgulhosa das suas raízes.
O novo ano traz também novos caminhos para o Gazeta Lusófona. Em 2026 queremos estar ainda mais próximos da comunidade, com projetos que reforçam a nossa missão de informar, unir e valorizar os portugueses na Suíça.
Iremos lançar uma série de reportagens dedicadas às histórias de vida da diáspora, criar um espaço digital renovado para facilitar o acesso às notícias e abrir novas rubricas culturais que deem voz aos talentos portugueses espalhados pelo país e às associações. Pretendemos, ainda, aprofundar parcerias com associações locais, promovendo iniciativas que aproximem gerações e fortaleçam o sentimento de pertença.
São passos pensados com cuidado, mas dados com convicção: a de que um jornal comunitário não é apenas um meio de comunicação – é um lugar de encontro.
Que o novo ano nos encontre juntos – mesmo quando estamos longe.
A todos os que caminham connosco – assinantes, anunciantes e amigos – deixamos um agradecimento profundo. O vosso apoio é a razão pela qual este jornal continua vivo, relevante e próximo da comunidade portuguesa na Suíça. Cada assinatura, cada parceria, cada gesto de confiança permite‑nos contar histórias, esclarecer, unir e dar voz a quem vive entre dois países.
Em 2026 queremos merecer ainda mais essa confiança. Continuaremos a trabalhar com rigor, proximidade e espírito comunitário, porque este jornal é, acima de tudo, vosso. Obrigado por estarem connosco. Que o novo ano nos traga novas forças, novas ideias e a mesma vontade de construir, juntos, uma comunidade mais informada e mais unida.
Adélio Amaro, diretor




