Afinal, a vacina contra a Covid-19 está a dar segurança à população?
A pandemia de Covid-19 tem ceifado a vida de várias pessoas ao redor do mundo. Muitas famílias vivem de perto o luto provocado pela doença e também a luta no combate às infeções.
Segundo apurámos junto da Organização Mundial da Saúde (OMS), “no mundo, a vacinação evita quatro mortes por minuto, 5.760 mortes por dia. Estes cálculos envolvem doenças como difteria, sarampo, coqueluche, poliomielite, rotavírus, pneumonia, diarreia, rubéola e tétano”. E o novo coronavírus está também agora na listagem de doenças que podem ser atenuadas com o uso das vacinas.
Cada país e cada região do mundo está a apostar em vacinas produzidas por diversos laboratórios. Com tantas diferenças entre as vacinas disponíveis no mercado, surge o receio da população sobre o benefício da inoculação.
Para tentar perceber como todos estão a enxergar o processo de vacinação em Portugal e no mundo, conversamos com autoridades, personalidades, profissionais de saúde e cidadãos.
Fernando Lamego, médico lusodescentes, explica que, hoje, a medicina está a vacinar, mas a ciência está atenta às novas variantes do vírus.
“Estamos a estudar e a aprender sobre as mutações do vírus. A população precisa estar calma. Precisamos também cuidar da nossa imunidade e realizar suplementação alimentar. É importante saber que a vacina não imuniza totalmente contra a doença, antes, evita complicações graves e internações longas. É preciso reduzir o medo da população e apostar na imunização”, comentou Fernando Lamego.
Maria Josi Giardelli, portuguesa que vive na Suíça, recorda que já se vacinou e que teve sintomas ligeiros, como dores nos braços e um pouco de cansaço, mas “nada de relevante”.
“Depois da vacina tudo ficou melhor na Suíça, temos um pouco mais de liberdade, sempre com os cuidados. Há pessoas que trabalharam muito para nos ajudar. Temos que chegar ao fim do problema, com a ajuda da vacina”, disse Maria Josi Giardelli.
Diogo Mateus, presidente da Câmara Municipal de Pombal, deixou nas redes sociais um recado claro: “cada um deve ter uma atitude responsável e ser consciente para olharmos para o futuro”.
O português Nuno Lages, designer gráfico, sublinhou que é “importante se vacinar para criar a imunidade de grupo”.
Por seu turno, Paulo Porto, deputado à Assembleia da República de Portugal, eleito pelo círculo de Fora da Europa, acredita que “a vacina diminuiu os riscos de complicação da Covid-19, que os ensaios clínicos nas vacinas disponíveis envolvem milhares de pessoas e mostram que essas vacinas são uma das melhores formas que temos para evitar problemas maiores de saúde com a Covid-19”, e, por isso, “recomendo a todos que sejam vacinados para viverem as suas vidas normalmente mais rapidamente”.
José Maria Costa, presidente da Câmara Municipal de Viana do Castelo, comentou que “somos todos chamados a dar a nossa ajuda para evitar o alastramento da Covid-19” e apelou a que as pessoas “evitem encontros sociais e que limitem ao máximo aquilo que são os encontros familiares. Este é um momento difícil para todos. Os profissionais de saúde estão a dar o melhor para nos proteger e vacinar”.
Paulo Ramalheira Teixeira, ex-presidente da Câmara Municipal de Castelo de Paiva, contou que “a vacinação é um processo muito simples” e elogiou o atendimento que recebeu no Centro de Saúde de Vila Nova de Paiva. Este cidadão contou que já esteve infetado com a Covid-19 e que, por isso, “tomou apenas uma dose da vacina”.
“Como resultado da Covid-19, sofri embolia pulmonar e trombose profunda e fiquei internado por duas vezes”, lamentou Paulo Ramalheira Teixeira.
Filinto Lima, presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP) em Portugal, reiterou achar “importante tomar a vacina, porque traz mais segurança à comunidade escolar, como professores, funcionários”, contudo, completou, “não podemos baixar a guarda. É ainda obrigatório o uso da máscara. Os benefícios da vacina são superiores aos constrangimentos conhecidos em algumas pessoas”.
Luís Faro Ramos, embaixador de Portugal no Brasil, revelou que “a pandemia tem condicionado o trabalho de qualquer representante diplomático” no mundo.
Gonçalo Lopes, presidente da Câmara Municipal de Leiria, também utilizou as redes sociais para dizer que é “preciso cumprir as recomendações das autoridades de saúde, que devemos olhar para frente com otimismo e que o processo de vacinação é importante para evitar problemas”.
Maria de Lourdes Pereira, portuguesa reformada, já levou as duas doses da vacina e disse não ter tido “reações”.
“É bom vacinarmo-nos pela nossa saúde. Fomos bem tratados no Centro de Saúde de Armamar. Tem muita gente se vacinando neste momento. É bom termos cuidados nas ruas. A saúde está em primeiro lugar em tudo”, reforçou Maria de Lourdes Pereira.
Por fim, Luís Pereira, médio e diretor do Serviço de Medicina Intensiva do Centro Hospitalar de Leiria, relatou que “nunca vivi nada como esta pandemia e não esperava vir a viver algo assim. Todos nós temos que contribuir para podermos ultrapassar esta situação”.
Para isto, este profissional disse ser necessário “cumprir as regras da Direção-Geral da Saúde de Portugal”.
Ígor Lopes