De visita à Suíça, Hugo Resende, Diretor de Marketing e Responsável da Rede BCP no estrangeiro, esteve à conversa com a Radio Arremesso e com Gazeta Lusófona onde nos explicou o motivo da sua visita e novidades de assuntos de interesse geral para a comunidade.
Hugo Resende, antes de tudo, bem vindo à Suíça, particularmente a Genebra.
Obrigado pelo convite e pela calorosa receção. Gosto de dividir a apresentação entre o que sou e o que faço. Sou o Resende, pai de duas meninas, pessoa de hábitos normais e que está ligado ao BCP há 17 anos. Sou responsável pela área de Marketing e de apoio à rede, entre os quais os escritórios de representação com presença na Suíça, Brasil e Reino Unido, que no dia a dia prestam o apoio às nossas comunidades radicadas nestes países.
Os tumultos provocados pelo defunto BES tiveram repercussão nas relações entre os clientes e os bancos?
Episódios desta natureza afetam sempre o sector, o nosso é um negócio de confiança e não se pode esconder que são momentos menos felizes. O que tentamos mostrar, sem ilibar, é que em todos os sectores de atividade há quem se comporte de modo correto e outros de modos não, sem qualquer juízo de valor. O importante é sermos rápidos e eliminar o máximo de casos semelhantes e que a justiça seja igualmente rápida a esclarecer essas situações. O que fizemos para cimentar a confiança que já existia, foi uma aproximação ainda maior aos nossos clientes, mostrar que somos preocupados e que estamos atentos em Portugal e no estrangeiro, o que faz toda a diferença. Depois de uma tempestade há sempre oscilações, mas o que temos de mostrar é que os bancos são feitos de pessoas sérias e não obstante situações que não orgulham ninguém aquela não é a fotografia do sistema e isso é o mais importante.
Juntamente com a confiança sempre necessária, diria que atualmente passou essa fase menos boa e que há uma retoma de confiança refletida nos aumentos das remessas dos emigrantes?
As remessas dos emigrantes são importantes para os bancos, mas igualmente para o país. Recentemente tivemos alguns problemas de liquidez, com o suprime, a crise financeira, e nessa altura as remessas dos emigrantes fizeram uma grande diferença, tal como continuam a fazer. Acrescentam muito valor ao país sendo que é o mais visível conjuntamente com todos os investimentos que os emigrantes fazem em Portugal, na movimentação do mercado imobiliário, empresas, com a família, a evolução é muito positiva e olhamos para as remessas que crescem e vão aumentando, ninguém confia o seu dinheiro a quem não tem confiança.
Esta visita insere-se, certamente, numa estratégia do banco para conhecerem o espectro de clientes na comunidade aqui radicada, proporem produtos novos.
Exatamente. Em relação aos escritórios de representação, procuramos manter uma ligação estreita, de proximidade, é diferente ver do que ouvir e nada melhor do que tomar o pulso, sentir as pessoas da diáspora e perceber como os podemos ajudar. Conhecer as forças vivas da diáspora, as suas expectativas, compreendê-las e adaptarmo-nos aos clientes e não o inverso. Antes de propor algo novo, temos de coisas úteis. Por vezes há uma confusão das empresas se obrigarem a lançar algo de novo, obviamente que a inovação é uma das nossas preocupações, mas acima de tudo temos de saber adequar às pessoas e às empresas. As necessidades, entre outras, são as de poupança, perfil a perfil, para uma rentabilização otimizada. Outra componente importante é o dia a dia, na perspetiva de o cliente poder utilizar o banco em Portugal e também no estrangeiro. Uma das soluções passa por poder utilizar o seu cartão de débito aqui, sem custos. É uma solução relevante. Depois há o crédito, esclarecendo que os documentos de salário no estrangeiro são válidos para esse tipo de operações e, bastante relevante, o regresso a Portugal. Principalmente nas reformas, onde pudemos encontrar uma solução que não obriga a que os clientes mantenham uma conta num banco suíço para receber a sua pensão, temos uma solução adequada, os clientes podem depositar numa conta agregadora do banco com um código para cada conta individual e que será debitado na sua conta em Portugal, assim como os seguros, onde igualmente temos soluções apelativas.
As taxas de juro aplicadas pelo BCP são competitivas ou díspares das aqui praticadas. Existe este sentimento de que as taxas praticadas em Portugal são mais elevadas?
Em termos de crédito hipotecário Portugal é muito competitivo, na componente de crédito pessoal julgo ser mais um mito. Devemos separar o crédito ao consumo de crédito pessoal e faz muita diferença. Em termos de condições julgo que não há diferenças substanciais.
Hugo Resende, ligado diretamente ao marketing, considera importante a aproximação, como já dissemos, à comunidade e estarem presentes fisicamente, apoiarem a divulgação cultural tão forte na nossa diáspora?
É obviamente muito importante, não podemos estar em todo o lado, mas tentamos apoiar num espectro largo e poder apresentar o banco ao maior número de pessoas. A nossa política de proximidade são os nossos clientes. Quando se abre uma conta de um cliente novo, a maior parte das vezes é por sugestão de um amigo ou familiar. Os nossos clientes são os melhores promotores, pela satisfação com os nossos serviços e com os produtos que lhes oferecemos, crescemos juntos e isso é muito importante. Todos os canais são importantes, mas os nossos clientes são os melhores embaixadores. Toda publicidade e apoio tem de fazer sentido e numa lógica de mais-valia para ambos.
O BCP, o maior banco privado português, perigo de comodismo?
Temos o maior gosto em o dizer porque reflete a confiança dos clientes, esse é o que para nós significa. Posso dizer que foi uma apresentação do banco na universidade que me convenceu a querer estar aqui. Naquele dia ouvi pessoas orgulhosas a falarem de um banco humanista, de valores e de convicções que me levaram a apaixonar pela cultura do banco. Nós focamo-nos no futuro a cada dia e a concorrência obriga-nos a sermos melhores e atentos, não podemos dormir na forma. Valorizamos muito as relações humanas que aliada às novas tecnologias são um pacote vencedor. O nosso espaço de afirmação não é sermos um banco digital, mas esta simbiose onde podemos fazer a diferença.
Agradecemos a sua disponibilidade e cá estaremos para uma próxima oportunidade.
Eu é que agradeço e envio um abraço aos leitores da Gazeta Lusófona, à nossa diáspora e a todos os presentes e futuros cliente do BCP.
› Ilídio Morgado