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Home Cultura / Arte

“O coração de emigrante na Suíça pode chorar, mas também pode lutar”

admin by admin
Juni 19, 2024
in Cultura / Arte
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› Ígor Lopes

Ana Mendes tem as suas raízes paternas no Alentejo e maternas em Trás-os-Montes, além de uma ligação a Huambo, em Angola, onde nasceu. Tem familiares nas regiões de Sintra, Lisboa, Costa da Caparica, Leiria, no Algarve e Alentejo.

É mãe de dois filhos, tendo se instalado na Suíça há 40 anos, “numa região linda”, no Cantão de Vaud. Formou-se no setor hoteleiro, onde trabalhou durante quatro anos. Mudou a sua trajetória profissional e começou a trabalhar no setor médico, entre hospitais e clínicas privadas, há cerca de 35 anos. Nos últimos cinco anos divide o seu tempo livre entre viagens culturais e a escrita.

Esta luso-angolana afirma que a sua vida na Suíça é “feita de aprendizados, sentiu-se muito bem acolhida, quando jovem, e integrou-se rapidamente, devido à facilidade nas línguas do país”.

Ana fala hoje cinco idiomas e mantém a sua língua materna em casa e ao conviver com a sua comunidade portuguesa.

Como portuguesa ou angolana, afirma não ter tido “quaisquer problemas” na Suíça. Foi bem acolhida e fez muitas amizades com os cidadãos suíços, italianos, balcões, da África do Norte e Centro, Sri Lanka, Holanda, e “ainda hoje se orgulha de as ter”.

“Mas, muitos portugueses sofreram algumas discriminações. Por vezes, por parte de outros povos que aqui residem, não diretamente do povo helvético”, revelou.

Atualmente, Ana considera que “os portugueses são mais bem acolhidos, porque são considerados como uma comunidade trabalhadora, que mete as mãos a tudo, embora os últimos que vêm chegando já saiam diretamente das universidades para aqui, como no setor médico em particular”.

Esta lusodescendente sublinha que “frequenta poucas associações em geral, devido ao ritmo profissional, que a impede de confraternizar aos fins de semana ou feriados. Tem uma preferência pelas associações culturais literárias. Mas tem um grupo de amigos, dos tempos de quando chegou à Suíça e isso mantém o equilíbrio”.

Para matar as saudades, Ana viaja regularmente a Portugal, cerca de seis vezes ao ano, mas também localmente, a nível culinário.

“A sensação é sempre doce-amarga, pois é sempre uma despedida eternamente melancólica. Parte de mim quer ficar, enquanto a outra parte sabe que devo voltar para assumir os compromissos quotidianos”, disse.

Ana tem um irmão a viver na Suíça e o convívio é “sistemático e essencial”. Em todos os momentos livres tentam estar juntos e conviver com os respetivos filhos ou sobrinhos.

A sensação ao terminar as férias e voltar para aqui é como voltar à casa, ao lar, mas sabendo que a qualidade de vida na Suíça “é mais serena”.

“Embora o povo reclame da vida, encontram mais tempo para conviver”, frisou Ana, que não esconde que “regressar a casa seria o sonho de cada emigrante”.

“Poder desfrutar do seu país, dos seus recantos verdes, vilarejos e cidadezinhas históricas, percorrer a Nacional 2 e descobrir mais um pouco do Portugal, imaginado cada vez que o deixamos”, recordou.

Ana Mendes acredita que o que conquistou de mais valioso na Suíça “foi apenas viver em paz, foi aprender a conviver com diversos povos, diversas línguas, novas músicas, costumes”.

“Foi um excelente aprendizado linguístico e cultural. O saber aceitar as diferenças, que ainda fazem falta em muitos países. Foi aprender a ter mais tolerância. A ser mais tolerante! Foi o rigor administrativo, enfim foram conquistas minúsculas que vieram enriquecer a vida, simplesmente”, comentou.

A cidadã lusodescendente refere que “Portugal continua a ser um país rico culturalmente, ainda consegue ter florestas, os rios ainda não são tão poluídos, têm uma cultura excecional, ainda amam ler um livro e isso, para mim, diz muito sobre a sociedade, como escritora que sou”.

As razões que a levaram a instalar-se na Suíça foram “estudar e trabalhar num ambiente tranquilo e pacífico, na altura, em Portugal, sofria de muitos episódios de racismo e foi uma das razões mais importantes, que a levaram à aventura da emigração”.

“O futuro agora é para os mais jovens. Depois de uma carreira profissional extenuante, embora satisfatória, o que se deseja é parar e aproveitar um pouco mais do sol português, do mar, do campo, das viagens ainda a fazer e, sobretudo, continuar a acompanhar os filhos, no que for possível. Continuar a escrever e a editar, pois esperar por mais tempo livre seria agora o ideal. Só o futuro dirá”, disse em tom de esperança.

Sobre a diferença entre a Suíça e Portugal, Ana sugere que “talvez seja o nível de vida, que é mais elevado, mas nada se compara à qualidade de vida em Portugal”.

“Aqui vive-se um stresse constante, desde que se nasce! Todos são formatados para as creches, depois escolas e, em seguida, formações profissionais e a seguir, trabalhar. Tem-se pouco tempo, pouco espaço para conviver e, sobretudo, sonhar. Sonhar de verdade. O materialismo invade cada lar e deixa pouco lugar aos sonhos, ao imaginário. Vive-se uma pressão constante e isso faz a diferença com o decorrer dos anos. O desgaste emocional é cada vez maior e atinge-se uma taxa de depressão alta. Atualmente, na Suíça, de cerca de 10% da população sofre de depressão. E, para se ter uma ideia, 19% são jovens entre os 12 e 20 anos. Este é o mundo dos emigrantes também, nem tudo são rosas”, questionou.

Ana explica que, “depois de ter atravessado pelas fases de refugiada, aos nove anos de idade, de ser estigmatizada e de ter conseguido estudar mesmo assim, de ter decidido instalar-se num país de língua estrangeira, de ter-se adaptado e continuado a estudar, de ter feito amizades, casado e sido mãe de dois filhos, continuar a trabalhar, assumir-se e afirmar-se como escritora luso-angolana, sendo mulher, nada poderá parar esse coração rebelde português. Esse sangue africano que canta cada manhã por mais um dia de vitórias, por mais uns dias de férias, no seu cantinho mais amado, a sua pátria”.

“O coração de emigrante português na Suíça pode chorar, mas também pode lutar e transformar os seus dias em vitórias. Tudo depende de cada pessoa, de cada carácter”, finalizou Ana Mendes.

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