Salomé Oliveira tem 28 anos e é enfermeira na área da psiquiatria. Nasceu em Lausanne e seus pais são do Minho. Desde muito nova que tem uma ligação muito forte ao Fado. Conheceu Nuno Tomás, que toca guitarra clássica, num outro projeto, assim como Paco da Silva tocador de guitarra portuguesa.
Além de tocar vários instrumentos, tem uma paixão pela guitarra portuguesa, que vem aperfeiçoando nos últimos dois anos.
Quem é Salomé Oliveira?
Sou uma jovem de 28 anos. Sou enfermeira na área da psiquiatria há 5 anos.
Em que região da Suíça nasceu?
Nasci em Lausanne, e sempre cá vivi.
Os seus pais são portugueses? De que região de Portugal?
Os meus pais são os dois portugueses da região do Minho, mais especificamente da vila de Monção.
Como surgiu a sua ligação ao Fado?
A minha ligação ao fado surgiu com o meu avô paterno.
Nas férias de Verão, os meus pais mandavam passar dois meses de férias para estar com os avós. O meu avô, gostava de ouvir fado assentado na cozinha. Eu assentava-me com ele e ouvia. Sempre cantei desde pequena e ele perguntou-me se gostava de cantar um fado também. Devia ter uns 12 anos. No ano a seguir tinha uns 12 fados para lhe cantar.
Como reagem os portugueses na Suíça quando escutam a Salomé, sendo que a sua voz acaba por transportar a “saudade” que todos sentem?
Até hoje, os portugueses que cá vivem e que já me ouviram cantar fado, agradecem-me, porque muita das vezes ficam comovidos e as músicas que canto trazem lembranças boas que eles gostam de recordar.
Nos próximos tempos quais são os objetivos, os projetos que tem em mente dentro da área da música?
Este último ano, foi mais um ano de construção identitária e de perceber qual é a hipótese de conseguir fazer um nome na região de Lausanne. Os objetivos são vários, mas de momento por motivos profissionais, não consigo me dedicar plenamente a eles.
Qual o grande sonho como fadista?
O meu maior sonho era poder cantar na Suíça toda, fados que me fazem vibrar e porque não escrever uns textos…
Já fez espetáculos em Portugal? Como foi?
Já participei num espetáculo de fado na minha aldeia e cantei num restaurante duas vezes. Gostei da experiência e na minha aldeia quem não sabe o meu nome, costuma dizer, a “fadista da Suíça”.
Que opinião tem de Portugal?
Tenho uma opinião muito boa de Portugal, mas para estar de férias, pois a minha única experiência de trabalho não me agradou muito.
Normalmente passa férias em Portugal?
Sim gosto de ir de férias a Portugal, mas também adoro viajar conhecer outras culturas. Recentemente estive na Grécia e num restaurante grego ouvi a Dulce Pontes com o tema de Canção do mar. Fiquei muito feliz.
Como podemos definir um país como a Suíça?
A Suíça acaba por ser um país dinâmico com uma diversidade cultural enorme que me agrada muito. As oportunidades são imensas tanto a nível profissional como pessoal. Penso que tudo tem seu tempo e provavelmente ainda tenho que trabalhar mais para conseguir um melhor reconhecimento nessa minha paixão.
Adélio Amaro