Abel Santos é um português natural de Arouca e vive na Suíça desde o ano 1994.
Com residência em Zurique, este senhor realizou em 2022 um marco importante que tatuou a sua vida de uma forma mágica.
Hoje vou convidá-lo a descobrir o homem que desafiou a sua própria condição física, ao sentar-se numa bicicleta e percorrer Zurique-Arouca com passagem pela Póvoa de Lanhoso, Brunhais, César em 10 dias.
Trabalha no ramo da construção desde o ano 1989. É na cidade de Zurique que conquistou os sonhos de uma vida estável e onde tem todo o apoio da família e amigos.
Abel Santos é possuidor de um sorriso aberto e simpático, que sabe cuidar de quem lhe é querido.
Não dispensa um bom treino de bicicleta, após um dia de trabalho.
O seu prato preferido é frango no louro, uma especialidade da sua mãe.
Tem como clube desportivo o Benfica.
Vamos saber como o Abel viveu esta experiência em duas rodas, entre o País Helvético e o nosso Portugal.
Quem é o Abel Santos?
O Abel Santos é um rapaz que nasceu na Freguesia de Santa Eulália no concelho de Arouca no ano de 1971.
Como vive o Abel com o estatuto de português residente na Suíça?
Vivo na Suíça desde o ano 1994. Trabalho no ramo da construção civil. Falo relativamente bem o alemão e considero-me integrado na sociedade Helvética. Gosto muito deste país, mas a ideia de regressar um dia a Portugal existe.
A bicicleta é a sua melhor amiga. Quem lhe transmitiu este apaixonante passatempo?
A bicicleta é mesmo uma paixão, é o meu meio de transporte que utilizo no meu dia a dia desde o ano de 1999, e no qual me sinto bem para no meu tempo livre dar umas voltas pelas terras Helvéticas e Portuguesas.
Em Maio de 2022 realizou um sonho falado há doze anos atrás. Desafiou a sua condição física. Como se sente ao conseguir percorrer em 10 dias uma distância de mais de dois mil quilómetros?
Sim claro a condição física era muito importante. Preparamo-nos bem, mas a preparação mental é ainda mais importante porque fazer 200 quilómetros num dia faz-se bem, mas fazer 200 quilómetros durante 10 dias e todos os dias é diferente.
Os primeiros três dias foram feitos sem carrinha de apoio. Conte-nos como é viver na primeira pessoa tal aventura?
Fazer três dias sem apoio foi um desafio importante com uma mochila de 8 quilos às costas. Não é fácil e as condições meteorológicas não nos foram favoráveis, mas sabíamos que o tínhamos de o fazer.
Das dez etapas que o separaram entre Zurique e Arouca, qual foi a peripécia mais marcante?
Tivemos algumas em França. Estávamos a tomar um banho fora da caravana e um motociclista a fazer uma curva, não sei se estava a olhar para nós ou não, acabou por ter uma queda, mas nada de grave.
E qual foi a etapa mais difícil? Em algum momento pensou em desistir?
Para mim foram duas etapas difíceis. A segunda etapa foi difícil porque foram 225 quilómetros com muito calor, muito vento e muita falta de água. Ao chegar ao ponto de ter que pedir. Bater à porta das pessoas pedir água foi incrível, mas fomos sempre bem recebidos apesar do nosso francês ser muito fraco.
A chegada a Arouca foi triunfante. Como viveu este momento junto dos seus amigos e familiares?
Foi um momento muito especial. Era o nosso sonho concretizado.
O destino era chegar ao lado do seu amigo Francisco Fernandes à Povoa de Lanhoso. O que vocês não esperavam era uma comitiva de bombeiros, motards, amigos com a mesma afinidade, nos últimos 130 quilómetros. Ficaram certamente de coração cheio. Que sentimento enaltece tal esforço?
Foi o momento mais marcante, não há palavras. Quando começamos a descer na rotunda das bolas de ouro em direção à Vila de Póvoa de Lanhoso com o carro dos bombeiros, com o som da sirene em ação, aí sim, o meu amigo e eu, até parece que nos faltou as forças para pedalar os últimos metros, que nos separavam da meta. Ter pessoas à nossa espera, como familiares e amigos e aqueles que nos apoiaram nesta aventura, posso dizer que foi um dos momentos que fica para o resto da vida.
Que agradecimento quer deixar a todos que vos acompanharam, incluindo família, nesta aventura que marcou uma página da via vida?
Quero agradecer a todos. Um especial obrigado ao Francisco, sem ele esta aventura não teria sido possível. Há minha família, aos meus amigos e a todas as pessoas de Brunhais que foram fantásticas no apoio e que organizaram a nossa chegada triunfante. Deixo aquele agradecimento do fundo do coração.
A Gazeta Lusófona agradece a sua disponibilidade enviando saudações ciclísticas. Parabéns pelo desafio e conquista.
› Maria dos Santos