Diogo Almiro do Vale de Almeida de Azevedo e Vasconcelos tem 12 anos de idade, é português, estudante e vive em Zurique. Há alguns dias, este jovem participou numa competição desportiva de esqui na Serra da Estrela, em Portugal continental, alcançando o primeiro lugar na sua categoria. Nesta mesma competição, a sua irmã, Maria da Luz Vasconcelos, também conquistou a primeira posição na sua categoria (saiba mais sobre esta vitória em outra reportagem nesta edição do nosso jornal).
Para conhecer o seu percurso, conversamos com Diogo Vasconcelos, que destacou a alegria desta vitória e falou sobre o seu cotidiano.
Como foi participar no Campeonato Nacional de Esqui Alpino – Slalom Gigante 2022?
O campeonato nacional de esqui foi muito giro porque pude conhecer outros esquiadores portugueses. Claro que também foi bom participar numa prova nacional pela primeira vez desde que aconteceu a pandemia e esquiar pela primeira vez na Serra da Estrela!
Que lugar alcançou no campeonato?
Fiquei em 1.º lugar na categoria de sub 14 e em 2.º na geral masculina.
Como vê esse resultado?
Acho que os meus resultados no campeonato nacional foram muito bons. Tendo em conta que só tenho 12 anos, o meu 2.º lugar na geral masculina a pouco mais de 2 segundos do representante nacional nos últimos jogos olímpicos com uma idade de 25 anos foi um resultado que me deixa muito feliz e com vontade de fazer ainda mais e melhor.
Como os seus pais viram essa conquista?
Os meus pais ficaram muito felizes por terem em conta todo o esforço que tenho tido para conseguir os melhores resultados possíveis. Não tem sido fácil conciliar a escola e o nível de esqui exigido para conseguir estes resultados e os meus pais, juntamente com os meus patrocinadores, têm sido um apoio essencial. Competir por Portugal, num desporto com pouca tradição nacional, não é de todo fácil sem alguns patrocínios, como a Delta, Gerri Carrosserie, Pro Ski Rental em Thalwil e a Oxford Escola de Línguas, em Lisboa. Para além dos meus pais, os meus patrocinadores também estavam super felizes. E eu também!
Há quanto tempo pratica este desporto?
Pratico desde os quatro anos de idade, mas, mais a sério, só desde os nove anos.
Costuma participar em outros eventos deste tipo?
Participo no campeonato suíço do Cantão de Graubunden, na categoria dos sub 14 e, este ano, fiquei no 6.º lugar de toda a região.
Como é “vencer” em Portugal?
Vencer em Portugal foi uma coisa que eu sempre sonhei e, finalmente lá chegar, faz-me ficar ainda com mais motivação para continuar com o meu sonho Olímpico. Não é fácil, mas com esforço e dedicação, acredito que seja possível.
Fale um pouco sobre a sua carreira…
Comecei a minha carreira de esqui a um nível mais competitivo aos nove anos de idade. Ao longo da minha curta carreira, tenho aprendido muito sobre como competir ao mais alto nível. Nem os meus pais nem a minha família têm tradição ou sequer sabem o que é preciso para ser um esquiador competitivo, por isso, isto tem sido uma aventura em que todos estamos a aprender. Os meus pais tentam compreender como ajudar e eu, como treinar e competir. Na verdade, este é um desporto com pouca tradição em Portugal, pelo que a ajuda dos meus patrocinadores tem sido fundamental por forma a conseguir as melhores condições de treino possível. Até agora, já consegui cerca de quantos pódios no campeonato Suíço, já representei Portugal no Troféu Borrufa, em Andorra, e, claro, a vitória nos sub 14 no campeonato nacional que tanto me orgulha.
Como é viver na Suíça?
Viver na Suíça como um amante de esqui é super enriquecedor. Principalmente porque existem muitos outros rapazes a competir a um alto nível e treinadores com tanta competência com quem posso aprender. É realmente uma coisa especial.
Onde estuda na Suíça?
Estudo na Escola Internacional de Zurique “Zurich International School”.
Em que ano está?
Estou no sexto ano.
Onde nasceu?
Nasci em Londres.
De onde é a sua família em Portugal?
Os meus pais são da região de Lisboa.
Por fim, quem é Diogo Vasconcelos?
O Diogo Vasconcelos é, acima de tudo, Português! Ainda me lembro quão surpresos ficaram os meus colegas na seleção quando viram que, apesar de viver na Suíça, falava tão bem o português. Sou também um miúdo muito extrovertido que gosta dos seus disparates. Como qualquer criança. Gosto de jogar futebol e de correr e tenho um enorme sonho! Participar nos jogos Olímpicos de Inverno por Portugal.
Ígor Lopes