Elisabete J. S. Palaio é natural do Vale de Santarém, uma Aldeia que fica a cerca de sete quilómetros da capital do Ribatejo, Santarém. Hoje, esta portuguesa vive em Matten, no cantão de Berna, depois de ter vivido também na Alemanha. Conversamos com esta responsável sobre como é a sua vida neste país helvético.
Como é a sua vida na Suíça?
A minha vida na Suíça é relativamente normal, durante a semana trabalhamos, e, aos fins de semana, quando podemos, vamos passear, eu e o meu marido. Pois é sempre bom conhecermos a Suíça, já que é um país lindíssimo, que também gostamos muito.
Para mim, viver na Suíça é a coisa mais natural. Pois eu a escolhi como o meu país de acolhimento há 37 anos, na altura não foi nada fácil, pois não tinha aqui família e me sentia muito sozinha, talvez por ser muito jovem. Mas, hoje em dia, é diferente, já estou bem-adaptada ao meu segundo país e aos seus habitantes, que hoje em dia são eles os meus clientes.
Em que trabalha na Suíça?
Eu trabalho por conta própria, tenho um consultório de Pedicura, Manicura e de Terapias alternativas que eu amo de paixão.
Pensa em voltar a viver em Portugal algum dia?
Sim, quando o meu marido se reformar, mas sempre que me seja possível volto à Suíça.
Convive com a comunidade portuguesa na Suíça?
Sim, convivo relativamente.
Como consegue matar as saudades de Portugal?
Ouvindo música portuguesa, vendo um pouco da RTP Internacional e indo a alguns eventos como as Poderosas de Basel, etc.
Qual é o sentimento quando regressa de Portugal de férias?
Vindo de volta para o país de acolhimento, é um pouco triste por ficar em Portugal uma parte da família. Mas, com o passar dos anos, acabei por me habituar.
O que significa para si a Suíça?
A Suíça para mim significa o meu país de acolhimento que me viu crescer e que eu amo. Assim como amo Portugal, não há diferenças.
Que imagem tem de Portugal?
Portugal é um país espetacular, à beira mar plantado.
A língua é um problema?
Para mim a língua nunca foi um problema, pois eu já falava um pouco de Alemão. Por já ter vivido em adolescente no Norte da Alemanha, em Lübeck.
Como a pandemia impactou o seu dia a dia e o da sua família?
Eu e o meu marido tivemos o Covid-19 na Páscoa de 2021. Foi um pouco complicado, mas a pouco e pouco voltou tudo à normalidade. No meu consultório, sim, senti uma queda porque os meus clientes são, a maior parte, idosos.
Como vive o coração do imigrante português na Suíça?
O coração do imigrante português na Suíça, ao princípio, não é fácil, como em qualquer país, penso eu, até nos adaptarmos e nos integrarmos. Mas, quando passa essa fase, e estamos adaptados e integrados à maneira de viver, e à mentalidade dos suíços, aí sim é maravilhoso viver aqui ou em Portugal.
Ígor Lopes