› Augusto Lopes
Cumprindo o programa de sua agenda oficial, a Sra. Ministra Damares Alves está na Suíça desde domingo, de forma a ouvir e apoiar a comunidade brasileira emigrante neste país, defendendo uma maior integração entre as ações praticadas pelo terceiro setor e o governo brasileiro.
O Consulado-geral do Brasil em Genebra recebeu, no passado dia 1 de março, a comitiva liderada pela Sra. Ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos. O evento contou, ainda, com a presença de representantes de 25 organizações de voluntários que apoiam imigrantes brasileiros na Suíça e no Liechtenstein.
O encontro foi promovido pelo consulado-geral brasileiro de Genebra em coordenação com o Conselho de Cidadania (CdC). Durante cerca de três horas, a Sra. Ministra ouviu os representantes das organizações que apoiam emigrantes brasileiros e ajudam a promover a cultura junto à comunidade daquele país helvético.
Graças a este encontro, mediado pela Sra. Cônsul de Genebra, Susan Kleebank, que contou com a colaboração do Conselho de Cidadania da Suíça Romanda, todos puderam apresentar seus projetos à Sra. Ministra e irão ser analisados, podendo ser apoiados ou replicados no Brasil.
Alguns dos presentes relataram dificuldades em obter qualificação profissional neste país europeu, pelo alto custo e concorrência por vagas de outras populações residentes. A ministra aproveitou, então, para informar que o Governo brasileiro oferece várias alternativas de ensino à distância, de grande importância para os brasileiros aqui na Suíça: “Hoje temos cursos como o ˈQualifica Mulherˈ, por exemplo, que podem ser acessados de qualquer lugar do mundo. E ali temos a qualificação profissional para a pessoa que busca um emprego, como também o caminho das pedras para o empreendedorismo. Milhares de mulheres já se capacitaram”, afirmou.
Damares Alves também disse que pretende incentivar a criação do “Espaço da Mulher Brasileira” em Genebra, nos mesmos moldes daqueles já instalados em Roma, na Itália, e em Boston, nos Estados Unidos.
Presente à reunião, a secretária Nacional de Proteção Global, Mariana Neris, destacou a preocupação do Governo Federal sobre as relações de trabalho emigrantes brasileiros no exterior e disse que está trabalhando para que todos conheçam seus direitos: “Sei que muitos chegam aqui e acabam aceitando situações degradantes de trabalho, algumas até análogas à escravidão. É importante que vocês se informem sobre seus direitos e busquem apoio nas representações diplomáticas. Lá do Brasil estamos sempre prontos a atendê-los”, destacou.
O evento terminou mais tarde em ambiente convivial entre todos os representantes das associações e a comitiva da ministra.
Bilaterais
As autoridades brasileiras participam, desde domingo, de compromissos na cidade como parte das atividades da 49ª Sessão da Comissão de Direitos Humanos das Nações Unidas. Ainda em Genebra, a comitiva liderada pela ministra realizou encontros bilaterais nos dois primeiros dias de trabalho, na sede da ONU, ambos a pedido das delegações estrangeiras.
O primeiro deles ocorreu ainda nesta segunda-feira (28), em agenda com a delegação que representa os Estados Unidos. A subsecretária de Estado para Segurança Civil, Democracia e Direitos Humanos, Uzra Zeya, convidou o Brasil a trabalhar em conjunto em pautas convergentes, como a de liberdade religiosa.
A delegada americana elogiou os compromissos voluntários assumidos e reiterados pelo Brasil perante o Conselho de Direitos Humanos da ONU e também o trabalho de acolhimento a refugiados promovido nos últimos anos, especialmente de venezuelanos e afegãos.
Damares Alves afirmou que espera uma aproximação maior entre as pautas dos Estados Unidos e a do Brasil e convidou a americana e sua comitiva a conheceram o programa Abrace o Marajó, constituído como modelo de desenvolvimento sustentável a partir dos direitos humanos.
Já na manhã desta terça-feira, em agenda com Bahia Tahzib-Lie, embaixadora dos Países Baixos para Direitos Humanos, o assunto girou em torno das posições adotadas por ambos os países no CDH, especialmente em pautas convergentes, especialmente nas políticas voltadas às minorias.
A ministra brasileira explicou como funcionam as iniciativas voltadas a públicos como a população LGBTi e relatou outros avanços, como a implementação de canais digitais de ouvidoria para o recebimento de denúncias.